Até quinta-feira, o Estado tinha colhido 17 por cento da área plantada com a oleaginosa, contra 24 por cento no mesmo período em 2012.
Ante a semana anterior, houve um avanço de cerca de seis pontos percentuais.
A área com maior atraso é o nordeste de Mato Grosso, onde a colheita está quase 13 pontos percentuais atrasada na comparação com o ano passado, segundo o Imea.
"Em boa parte das regiões do Estado a chuva veio mais concentrada. Houve poucas janelas de sol para as máquinas entrarem em campo", disse o gestor do Imea, Daniel Latorraca.
A Somar Meteorologia disse que "a chuva ainda é forte no Centro-Oeste", com grandes volumes em Mato Grosso e parte de Goiás nesta sexta-feira. "Essa chuva começa a diminuir e alternar com maiores períodos de melhoria a partir do fim de semana."
Segundo o Imea, o plantio de soja está ocorrendo a cada ano mais cedo, com variedades precoces, em busca de maior janela para cultivo posterior de milho e algodão. No entanto, essa mudança no calendário faz com que a colheita tenha que ocorrer em período mais chuvoso.
Em alguns casos, a colheita em meio ao clima úmido pode atrapalhar os ganhos dos agricultores.
"Muitos fizeram a colheita sabendo que a umidade poderia estar em 22 por cento, o que é extremamente elevado, mas isso é menos importante que não colher", disse Latorraca, lembrando que a umidade padrão exigida pelos compradores é de 17 por cento, havendo descontos no valor pago quando este índice é elevado.
Mato Grosso, deve colher um recorde de 24,4 milhões de toneladas de soja na atual safra, segundo dados oficiais. Isso representa quase um terço da produção brasileira da oleaginosa.
A busca por uma colheita antecipada é para permitir o plantio do chamado "milho safrinha", uma vez que o cereal também registra preços elevados e boa rentabilidade.
Além disso, há uma grande demanda no mercado internacional pela soja sul-americana, para reforçar os estoques globais. O Mato Grosso costuma liderar o cronograma de colheita no Brasil.
No entanto, as chuvas e o atraso na colheita da soja provocam, neste momento, um atraso de 22 pontos percentuais na semeadura do milho, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Até agora o Mato Grosso plantou 20 por cento da área prevista, contra 42 por cento em 2012.
O Imea, contudo, não projeta perdas de produtividade destas lavouras. "A janela ideal do milho ainda se estende até fevereiro", lembra Latorraca.
Mato Grosso deverá colher 40 por cento das mais de 40 milhões de toneladas de milho previstas para a segunda safra brasileira, segundo a Conab.
O problema agora, segundo Latorraca, é para quem pretendia plantar algodão de segunda safra. Nestes casos, a janela de clima ideal está perdida e os produtores devem optar pelo milho.
Na quinta-feira, a Conab apontou que a área dedicada à fibra vem caindo no país, especialmente em Mato Grosso.
Fonte: PrimeiraHora | Reuters