Cidades

Donos de restaurantes ‘seguram’ aumentos para não perderem clientes e faturamento

Em tempos de aperto financeiro, empresários de todos os segmentos do comércio têm que buscar soluções para não perderem faturamento. No caso dos proprietários de restaurantes, a maioria acabou optando por segurar o repasse da inflação para a conta do consumidor. Nos primeiros sete meses de 2022, o valor da alimentação fora de casa subiu 4,6% – menos da metade em relação aos preços dos alimentos nos supermercados (+11,8%). Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A medida é uma “faca de dois gumes”. Se ajuda a atrair mais clientes, por outro lado, as margens de lucro acabam sendo reduzidas e a consequência é que 6 em cada 10 donos de estabelecimentos fecharam julho com prejuízos ou, no máximo, em situação de estabilidade, conforme o último relatório da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Segundo a proprietária da Filippo Massas, Lenissa Rodrigues, o aumento de preços no seu restaurante ficou abaixo do ideal e a saída encontrada para equilibrar as finanças foi readaptar o cardápio para otimizar o uso de ingredientes e priorizar os pratos mais requisitados pelos consumidores. “Não adianta reajustar na mesma proporção porque isso causaria uma grande perda de clientes. É uma situação complicada para todo mundo”, analisa.

A empresária relata que o seu negócio está se recuperando dos efeitos da pandemia e destaca que a oferta de linhas de financiamentos – por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI PEAC) – ajudam os empreendedores a superar os obstáculos. No entanto, os juros elevados podem atrapalhar o cenário.

Mesmo com todas as dificuldades, Lenissa segue animada para o restante do ano. Com a sequência de feriados, além jogos da Copa do Mundo e o período das festas de fim de ano, ela estima movimento intenso nos restaurantes da rede. “Estou confiante porque esse é um período em que há maior circulação de dinheiro, especialmente com o pagamento do 13º terceiro salário. A expectativa é das melhores”.

Redação

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