“O feminicida não sente culpa e não sente remorso, simples assim”. A afirmação partiu da promotora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Ministério Público de Mato Grosso, ao comentar os casos de feminicídio durante live realizada nesta terça-feira (08).
“Eles ficam 100% em silêncio e só vão falar no plenário do júri inventando uma desculpa esfarrapada para justificar a morte daquela mulher. Ele simplesmente mata porque foi desobedecido, porque tem que se afirmar como homem, punindo, castigando aquela que ousou contrariá-lo ou se separar dele”, acrescentou a promotora de Justiça.
A violência contra a mulher foi um dos temas abordados na live realizada pelo Departamento de Comunicação do MPMT em parceria com o Memorial da instituição, conduzida pela jornalista Janã Pinheiro. Durante o bate-papo, também foram abordadas questões relacionadas aos avanços na luta por equidade de gênero, proteção dos direitos das mulheres e machismo estrutural.
Embora os avanços e conquistas das mulheres sejam significativos no decorrer dos anos, ainda há um longo caminhar pela frente.
“Apesar de termos hoje um ordenamento jurídico bastante robusto no sentido de prever direitos importantes para as mulheres, ainda somos o quinto país, em uma lista de 184, que mais mata mulheres no mundo. Então os índices de violência e discriminação são bastante altos. E isso nos diz que a lei sozinha não é capaz de trazer um cenário mais favorável e justo para as mulheres”, acrescentou a promotora de Justiça Gileade Pereira Souza, coordenadora do Centro de Apoio Operacional sobre Estudos de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e Gênero Feminino.