Hamilton Mourão estará nos holofotes nesta terça-feira (14). O vice-presidente será ouvido, a partir das 16 horas, em uma audiência por videoconferência no Senado sobre o desmatamento da Amazônia.
O convite é antigo, mas ganhou relevância com a pressão nacional e internacional crescente diante dos números alarmantes da área ambiental no governo Bolsonaro. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia brasileira teve uma máxima de 11 anos em 2019.
Desde o início do ano, Mourão preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, que responde por ações de preservação e também faz a gestão do Fundo Amazônia, que recebe recursos de empresas e outros países para este fim.
Sua gestão não entregou, por enquanto, resultados positivos. Em junho, por exemplo, as queimadas na Amazônia tiveram o maior índice para o mês nos últimos 13 anos, também segundo o Inpe.
Recentemente, um grupo de quase 30 fundos de investimento que gerenciam US$ 3,7 trilhões em ativos ameaçou desinvestir do país se não houvesse freio ao desmatamento.
Na semana passada, o mesmo apelo veio em uma carta direcionada a Mourão dos CEOs de empresas como Ambev, Bradesco, Cosan, Itaú, Klabin, Natura, Santander, Shell e Suzano.
A crise ameaça o setor de agronegócio, um dos mais resilientes da economia nacional, e vai deixando cada vez mais distante a perspectiva de aprovação do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.
O governo admite piora na “imagem” e culpa críticos internos e pressões protecionistas, mas resiste a mudanças mais profundas – ou óbvias. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, segue no cargo.