As principais ruas do centro de Cuiabá foram palco da Parada da Diversidade Sexual. O evento, realizado neste sábado (16), contou com muita festa e música, mas também foi espaço para a cobrança de direitos da comunidade LGBTQ e respeito à diversidade.
O tema escolhido para esse ano foi: “Resistência, Amor e Luta”. O ponto de concentração popular foi na Praça Ipiranga, seguindo para Orla do Porto, onde haverá apresentações artísticas regionais e nacionais. A expectativa de público esperada é de cerca de 20 mil pessoas.
Josi Marcondes, integrante da Mães pela Diversidade, Organização não governamental (ONG), levou a filha para a Parada.
“Minha caçula participa desde os 5 anos. Isso é a construção de uma educação de respeito ao próximo e respeito à diversidade. Isso não torna nenhuma criança LGBT, torna essa criança uma pessoa, um adulto que respeita e aceita o próximo e aberto ao diálogo”, declarou.
Clóvis Arantes, vice-presidente do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual de Cuiabá e dirigente da ONG Livremente, também esteve presente.
Para ele, a comunidade LGBT quer visibilidade e só quer viver como qualquer outra pessoa.
“Nós estamos aqui porque queremos valorizar e lutar pela nossa existência. As pessoas LGBT continuam sendo assassinadas. Só queremos viver, não queremos nada diferente, só queremos o que está garantido na Constituição Federal para toda pessoa”, afirmou.
A Parada já foi consolidada como o principal ato de resistência e afirmação dos direitos LGBTQI+.
“Quando não estamos visíveis, as pessoas acham que têm direito de nos matar, de nos agredir, de nos fazer viver no armário”, finalizou Clóvis.
Thays Amorim, 22 anos
“Eu tive um machucado no ligamento do joelho e não consigo ficar em pé por muito tempo. Então preciso da cadeira para fazer o trajeto. Eu acho muito importante esse momento de celebrar o que a gente é, principalmente nesses tempos tão nebulosos com um governo que não se importa com a população LGBT. É muito importante celebrar e me orgulhar de quem eu sou”.
Caio Bandeira
“A minha drag representa todo empoderamento, não só o LGBT, mas racial e feminista. Eu acredito que para a gente ter uma visão de representatividade, a gente tem que ter uma imagem. Eu decidi vir da forma que eu estou: de cabelo cacheado, sem depilar e sou um menino gay – cis com barba colorida para mostrar que, independente da identidade de gênero, você pode ser feliz do jeito que você é”.
Reginaldo Araújo, de 46 anos, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), compareceu na Parada acompanhado da mãe, Regina Araújo, de 65 anos, das filhas Luiza, de 11, e Júlia, de 7, e do sobrinho, Matheus Eugênio, de 22.
“Posicionar-se contra a discriminação é uma tarefa de todos. É importante envolver as crianças e trazê-las. Minha mãe que fez essas bandeiras de ontem para hoje. É uma forma simbólica nesses tempos sombrios onde sujeitos – que discriminam e têm papel de serem maldosos – precisam ser enfrentados, estamos aqui para dizer de que lado estamos. Estamos do lado do amor e daqueles que têm que direito de escolher o seu companheiro e a sua companheira, indiferente se é do mesmo sexo ou não”