Economia

Em dia de liberação de FGTS, IBGE divulga desemprego do trimestre

As dificuldades para uma retomada mais consistente da economia devem voltar aos debates nesta sexta-feira, com duas notícias — uma mirando o passado, outra mirando o futuro.

O passado recente virá à tona com a divulgação da taxa de desemprego do trimestre entre junho e agosto. Os dados mais recentes trazem alguma evolução no emprego: no trimestre terminado em julho a taxa de desocupação caiu de 12,5% para 11,8%, segundo o IBGE, com menos 609 mil pessoas desocupadas.

Ainda assim, o país ainda tinha 12,6 milhões de pessoas buscando trabalho. E os dados mostraram uma precarização do trabalho, com um recorde de 11,7 milhões de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, um aumento de 3,9% de pessoas em relação ao trimestre anterior. Também houve recorde de brasileiros tralhando por conta própria: 24,2 milhões.

Os primeiros dados revelados para agosto foram positivos. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na quarta-feira 25 pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, o saldo de empregos com carteira assinada no mês foi de 121.387, o melhor resultado para o mês desde 2013. No acumulado do ano o saldo é de 593.467 postos formais, uma alta de 1,55% em relação ao mesmo período de 2018.

A previsão é que os próximos meses tragam alguma evolução com a contratação de temporários para o fim do ano. O consumo também pode ser impulsionado com a segunda notícia desta sexta-feira, esta mirando o futuro. Começam a ser liberados hoje os saques de até 500 reais do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Neste lote, recebem trabalhadores nascidos em maio, junho, julho e agosto.

Segundo a Caixa, 12,3 milhões de pessoas devem receber 5,1 bilhões de reais. O próximo lote de liberação, para quem faz aniversário entre setembro e dezembro, é em 9 de outubro. A liberação é parte de um tímido programa do governo de impulsionar a economia em 2019, após sucessivas revisões para baixo nas projeções de crescimento.

Nesta quinta-feira o Banco Central previu que o país crescerá 0,9% em 2019, pouco acima da previsão anterior de 0,8% e bem abaixo das previsões de início do ano, acima dos 2%. Para 2020, o BC prevê avanço de 1,8%, abaixo da previsão de mercado, de 2%.

Segundo o Banco Central, a economia em 2020 está cercada de incertezas e vai depender da continuidade da agenda de reformas e de ajustes do governo. Para voltar a crescer de forma consistente, o Brasil precisa de muito mais do que a liberação de um punhado de 500 reais do FGTS.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26