Economia

Qual o lugar do idoso no mercado de trabalho?

O Brasil vive o desafio de oferecer qualidade de vida para a população idosa. Em 2030, 29,6 millhões de pessoas terão mais de 60 anos no país.

Nesse cenário, políticas públicas e alternativas de desenvolvimento de renda e trabalho para essa população são imprescindíveis, como debateram especialistas na Conferência Ethos 360º, nesta quarta-feira, 4.

Para Clemente Ganz Lucio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, DIEESE, as políticas sociais ao redor do mundo podem criar uma desproteção da população idosa. 

É preciso repensar a política pública e gerar segurança ao velhice, que será cada vez mais longa. “É necessária a geração de renda alternativa e segura”, diz. 

Na fabricante de bens de consumo Unilever está sendo testado um modelo de contratação para pessoas com mais de 55 anos. Desde agosto, cinco funcionários nessa faixa etária trabalham como estagiários do programa “senhor estagiário”.

“O objetivo é aprender como incluir pessoas mais velhas na organização e refletir a sociedade”, diz Luciana Paganato, diretora de recursos humanos da Unilever.

Segundo ela, apenas 6% dos funcionários no Brasil tem mais de 50 anos e são 20% da alta liderança. “O indicador é resultado de uma cultura de permanência”, diz. Mas há uma evolução. A partir dos programas de diversidade da Unilever, no ano passado pessoas com mais de 50 foram 1% dos contratados. Anteriormente, eram 2% dos últimos dez anos. 

O preconceito em relação a contratação de pessoas mais velhas ainda é bastante presente nas corporações. Segundo Mórris Litvak, fundador da MaturiJobs, as empresas não sabem lidar com a diferença geracional na operação.

“Por vezes, as contratações não dão certo por conta da falta de entendimento do jovem gestor com o funcionário idoso”, diz Litvak.

Atualmente, só 30% da base de inscritos na MaturiJobs deles está aposentada, o que reflete uma necessidade de geração de renda. Nos últimos três anos, 1500 vagas foram publicadas por 900 empresas e receberam 50 mil candidaturas. 

Para os especialistas presentes no painel, os números comprovam que mais do que contratar, é preciso capacitar as pessoas para que elas consigam empreender e se manter em constante aprendizado.

“Os gestores precisam entender que mais do que a idade é importante avaliar a capacidade de desenvolvimento e engajamento que o funcionário pode ter”, diz Luciana Paganato, diretora de recursos humanos da Unilever.

Redação

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