Economia

Brasil está preparado para dólar a R$ 4,10 ou R$ 4,20, diz Guedes

O governo não teme um dólar acima de 4 reais porque o Brasil tem bons fundamentos, afirmou nesta quinta-feira, 15, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ressaltando que a desvalorização do real pode contribuir para a reindustrialização de alguns setores, como têxtil, calçados e autopeças.

“Se o dólar for para 4,10 reais ou 4,20 reias estamos preparados”, afirmou Guedes em discurso durante encerramento de um seminário sobre gás, no Rio de Janeiro.

Ele frisou que não acredita na possibilidade de um “ataque especulativo” contra o real.

“Não temos nenhuma preocupação com a questão cambial e nossa dinâmica de crescimento é própria”, afirmou.

O dólar fechou em queda nesta quinta-feira, depois de na véspera terminar a 4,0405 reais, encerrando acima de 4 reais pela primeira vez desde maio.

Pressão externa
A expectativa do ministro da Economia é que o segundo semestre deste ano seja melhor para o Brasil do que foi o primeiro. Segundo ele, os primeiros meses de 2019 foram difíceis, mas os investimentos acontecerão daqui para frente.

“Não temo pressão de fora, seja da Argentina, seja a desaceleração da economia mundial”, afirmou, complementando que o país fez o seu dever de casa e agora deve crescer mais rapidamente.

“Não vai ser um ventinho do sul ou a ventania do mundo inteiro que vai dessincronizar o Brasil”, acrescentou.

O ministro da Economia participou de seminário sobre gás natural promovido pelo Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), no Rio.

Privatizações
O chefe da equipe econômica também sinalizou mais uma vez para a possibilidade de a Petrobras ser privatizada no futuro. Em seminário sobre gás natural, ao lado do presidente da petroleira estatal, Roberto Castello Branco, o ministro afirmou que está avançada a venda dos controles da Eletrobras e dos Correios.

Em seguida, se virou para o presidente da Petrobras e afirmou: “Não duvido que vamos privatizar coisas maiores, viu Castello?”.

“Acho que lá na frente você (Castello Branco) pode fazer uma coisa surpreendente”, acrescentou. O argumento de Guedes é que, assim como acontece com a Petrobras, a União também tem que rever suas contas.

“Temos um balanço da União. O combate à inflação ficou centrado no Banco Central. Temos que reconstruir uma Europa todo ano sem sair da pobreza, porque é um dinheiro estéril”, disse. Segundo o ministro, as privatizações vão se acelerar agora.

Em sua opinião, as estatais foram importantes no passado, para que fosse construída a infraestrutura necessária à economia. Hoje, segundo Guedes, as estatais já não têm capacidade de investimento.

Redação

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