Nacional

Investigação do assassinato de Marielle está perto do fim, diz ministro

A investigação do assassinato no Rio da vereadora e ativista negra Marielle Franco está a ponto de ser concluída, informou nesta quinta-feira (10) o ministro da Segurança Pública, quase dois meses depois de ocorrido no crime que comoveu o país.

A investigação do caso Marielle "está chegando à etapa final. Eu acredito que, em breve, vamos ter resultados", afirmou o ministro Raul Jungmann ao site da UOL.

Ele também confirmou que o vereador apontado por uma testemunha na semana passada está no radar das autoridades.

"O que posso dizer é que esses e outros são investigados", acrescentou.

Marielle era uma ferrenha crítica da violência policial e das execuções extrajudiciais nas comunidades. Sua figura como porta-voz das minorias, em particular das mulheres negras e da comunidade LGBT, estava em pleno crescimento após ter se tornado a quinta vereadora mais votada do Rio.

No mês passado, o ministro da Segurança, Raul Jungmann, já havia adiantado que as milícias eram as principais suspeitas do assassinato.

Em 2008, Marielle participou de uma CPI que desmascarou e puniu as até então intocáveis milícias.

Na quarta-feira, o jornal O Globo publicou as declarações de uma suposta testemunha que apontou um vereador e um membro das milícias como responsáveis pela execução.

Segundo a testemunha, que pediu proteção, o vereador Marcello Siciliano e o ex-policial Orlando Oliveira de Araújo, atualmente preso, teriam ficado irritados com as ações de Marielle Franco na Zona Oeste do Rio, onde o primeiro tem interesses eleitorais e o segundo comandava uma milícia.

Siciliano negou as acusações na quarta, afirmando à imprensa que estava "sendo massacrado nas redes sociais por algo que foi dito por uma pessoa que a gente não sabe nem a credibilidade que tem. Nunca tivemos conflitos políticos".

A polícia tem sido questionada pela falta de resultados nas investigações.

Em busca de novas pistas sobre o crime, a polícia realizou nesta quinta-feira uma reconstituição da cena do assassinato de Marielle e Anderson, que morreram em consequência dos 13 disparos efetuados de um carro emparelhado a apenas dois metros de distância.

"Como todos sabem, não temos imagens do momento do crime. Quando isto ocorre, a reprodução simulada se mostra uma ferramenta imprescindível", disse o delegado da Delegacia de Homicídios Giniton Lajes aos jornalistas.

Lajes explicou que é necessário "buscar a percepção auditiva, e com esta percepção auditiva, definir qual foi o tipo de arma utilizada, a perícia ou não de quem atirou e qual foi o tipo de disparo utilizado".

O delegado destacou que a investigação continua sob "sigilo absoluto" e que a Divisão de Homicídios não se pronunciará sobre informações difundidas pela imprensa.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus