Política

Após foragir, Pedro Taques se apresenta ao Gaeco para prisão preventiva

O advogado Pedro Jorge Zamar Taques, alvo de mandado de prisão preventiva expedido para a Operação Bônus, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), se entregou no final da manhã desta quarta-feira. Ele era considerado foragido pelos agentes do Ministério Público (MPE). Com isso, ele se torna o sexto alvo preso nesta manhã. Pedro Taques é irmão do ex-chefe da Casa Civil.

A Operação Bônus é a segunda fase da Operação Bereré, deflagrada pelo Gaeco em fevereiro deste ano, como decorrência das investigações sobre esquema criminoso de desvio de dinheiro do Detran. A segunda fase é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos.

Operação desta quarta

As prisões preventivas desta quarta-feira atendem a mandados judiciais expedidos pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, José Zuquim Nogueira. Ao todo, são seis mandados de prisão e cinco de busca e apreensão. Eles foram cumpridos em Cuiabá, São Paulo e Brasília. 

No primeiro horário da manhã, quatro mandados já haviam sido cumpridos, entre eles os do ex-secretário Paulo Taques e do deputado estadual Mauro Savi (DEM), além dos empresários Roque Anildo Reinheimer e Claudemir Pereira dos Santos, vulgo “Grilo”. Em Brasília, um quinto mandado foi cumprido por volta das 7h30. Lá foi preso o empresário José Kobori. 

Após o depoimento no Gaeco, os presos deverão passar por audiência de custódia.

Primeira fase

A primeira fase da Bereré foi deflagrada em fevereiro deste ano, após investigações nascidas no meio da delação premiada do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o Doia. Ele entregou que ele, políticos, funcionários públicos e empresários fraudavam o Detran em pelo menos R$ 1 milhão mensal desde 2009.

A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em imóveis e escritórios. A EIG Mercados tem contrato para prestar serviços de registro de financiamentos de contratos de veículos por 20 anos e amealhava, até meados de 2015, quando o esquema começou a ser investigado, 90% de toda a arrecadação anual do Detran, de R$ 25 milhões.

Em março deste ano, o Gaeco passou a investigar os deputados estaduais Wilson Santos (PSDB), José Domingos Fraga (PSD), Ondanir Bortolini (PSD), conhecido como Nininho, Baiano Filho (PSDB) e Romoaldo Júnior (MDB). Por possuírem foro privilegiado, a investigação teve que ser autorizada pelo Tribunal de Justiça (TJMT).

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