Economia

Meirelles minimiza bloqueio de R$ 16,2 bi do orçamento de 2018

O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, minimizou o anúncio feito na manhã desta sexta-feira (2) pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, de que vai bloquear R$ 16,2 bilhões do orçamento da União em 2018. Segundo Meirelles, o anúncio vem acompanhado de boas notícias, com destaque para o aumento da arrecadação federal.

“Não há dúvida de que os números são bastante melhores do que aquilo que se esperava e também há um dado relevante de que a arrecadação está crescendo”, disse Meirelles ao ser questionado sobre o bloqueio.

O montante anunciado pelo Planejamento é o menor valor bloqueado do orçamento desde 2008. No ano passado foram bloqueados R$ 42,1 bilhões. De 2008 até 2017, o contingenciamento nunca ficou abaixo de R$ 19,4 bilhões.

"Nós estamos no início do ano, a arrecadação está crescendo e precisamos aguardar", ressalvou Meirelles, destacando que o desbloqueio dos recursos está condicionado ao aumento da arrecadação.

Novo ciclo econômico

Meirelles comentou o tema com jornalistas durante almoço com empresários na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro, no Centro da capital fluminense. Antes de atender à imprensa o ministro palestrou aos empresários sobre o tema “Crescimento e Reformas”. Ele abriu a apresentação afirmando que o projeto por ele encabeçado garantiu a superação da crise econômica.

Meirelles procurou demonstrar aos empresários que o Brasil iniciou um “novo ciclo de crescimento sustentado que será caracterizado por longa duração e baixa volatilidade”.

Ao longo da palestra, reiterou diversas vezes a necessidade de aprovação da Reforma da Previdência.

"Eu tenho a avaliação de que, de fato, o trabalho que vem sendo feito de esclarecimento nos últimos tempos está começando a produzir resultados e há indicações de que temos um número maior de parlamentares favoráveis à reforma (da Previdência)", disse.

O ministro também buscou enaltecer reformas menores que estão sendo implementadas.

“Tem uma série enormes de reformas, que estamos chamando de micro reformas, que estão sendo muito importantes, estão tendo um impacto enorme”, disse Meirelles. Ele enfatizou que tais medidas criam ambiente favorável aos negócios e favorecem o aumento da produtividade

Entre as minirreformas, o ministro destacou, por exemplo, o projeto que pretende reduzir a burocracia no país para se abrir e/ou fechar empresas e para se liberar dos portos produtos a serem exportados. Segundo ele, tais medidas estão em curso “visando, em última análise, que o Brasil funcione melhor”.

“O Brasil de fato está vivendo um momento extremamente significativo. Relevante na medida em que estamos saindo da maior recessão já vivida pelo nosso país”, afirmou o ministro.

Para demonstrar a superação da crise, Meirelles apresentou dados comparativos dos principais indicadores econômicos do país observados em maio de 2016, quando Michel Temer assumiu a Presidência da República, com os registrados em janeiro deste ano.

“A inflação acumulada nos últimos 12 meses era de 9,3% naquele maio, e em janeiro ficou em 2,95%”, iniciou o ministro, que ressaltou, entre outros, a diferença do chamado Risco Brasil, que era de 368 e agora está em 145, e principalmente o total acumulado em 12 meses do Produto Interno Bruto (PIB), que recuava em 5,4% em maio de 2016 e atualmente iniciou 2018 com avanço de 1,4%.

Corrida presidencial

Questionado sobre a possível candidatura à Presidência da República, Meirelles reiterou que só irá se decidir a respeito no começo de abril. Até lá, garante que estará empenhado em consolidar o projeto econômico iniciado há dois anos.

“Eu acho que muita coisa [da corrida presidencial] vai depender de que de fato essa economia consolide o crescimento e que a sensação de bem estar comece a se estabelecer. Até lá, eu tenho que estar 100% dedicado ao meu trabalho. Então, meu objetivo é não me distrair até lá”, afirmou o ministro.

Instigado a destacar os principais temas que devem ser debatidos pelos candidatos ao Executivo Nacional, Meirelles destacou “segurança, emprego e corrupção”, ressaltando que “se a reforma da previdência for aprovada, deixa de ser um tema”.

Redação

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