O dólar opera em queda ante o real nesta segunda-feira (6), num movimento de correção após alcançar o maior patamar em quatro meses na última sessão, acompanhando o mercado externo, mas sem tirar a cena política local do foco, segundo a Reuters.
Às 13h24, a moeda norte-americana recuava 0,85%, vendida a R$ 3,2787.
"A grande expectativa fica por conta das negociações de Temer com a base aliada, para avançar com a agenda econômica", destacou a Correparti Corretora, referindo-se ao presidente Michel Temer.
O mercado vem precificando cada vez mais temores de que o governo não conseguirá tirar a reforma da Previdência do papel, tanto pela aproximação do ano eleitoral de 2018 quanto pelo desgaste político no Congresso Nacional após Temer ter negociado com a base para segurar denúncias contra ele.
A reforma é considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem. Em três semanas seguidas de valorização, o dólar já subiu 5% frente ao real, de acordo com a Reuters.
No exterior, o dólar operava praticamente estável ante uma cesta de moedas, mas cedia ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
"No radar, ainda permanecerão as especulações sobre a 'coloração' do Fed que emergirá das alterações em sua direção", afirmou a SulAmérica Investimentos em relatório ao citar a escolha de Jerome Powell para substituir a chair do Federal Reserve (BC dos EUA), Janet Yellen.
Powell é tido como defensor de aumentos graduais dos juros nos Estados Unidos, mas a troca de diretoria no banco central norte-americano pode mudar um pouco essa visão. Mais juros nos Estados Unidos podem atrair ao país recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como o Brasil.
Na sexta-feira (3), o dólar subiu 1,32%, vendido a R$ 3,3071. Foi a maior cotação de fechamento desde 4 de julho (R$ 3,31).
Na semana passada, o dólar acumulou valorização de 1,95%. Foi a terceira semana seguida em alta, período no qual acumulou 5,02%.