O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, afirmou neste sábado (4) que a decisão da Rússia de aumentar as restrições à importação de carne brasileira não tem nenhuma relação com a Operação Carne Fraca e que "com certeza" o problema identificado pelos russos não é grave.
"Não sabemos o que é, mas coisa grave com certeza não é", afirmou o ministro em áudio divulgado por sua assessoria.
De acordo com o Serviço Federal de Vigilância Sanitária e Veterinária na Rússia, os controles sanitários serão ampliados para cinco empresas brasileiras. O motivo é a presença na carne exportada por essas empresas de substâncias fora dos padrões sanitários russos.
A Rússia também suspendeu temporariamente as importações de carne do frigorífico Mata Boi e fará inspeções adicionais nos produtos já embarcados.
Em 2016, a Rússia foi o quarto maior mercado para a carne brasileira, atrás apenas da China, Hong Kong e Arábia Saudita. O país importou cerca de US$ 1 bilhão do Brasil em 2016, cerca de 7,5% do total.
Correções
Maggi disse que o ministério ainda não foi notificado sobre quais as inconformidades relatadas pelas autoridades russas. De acordo com ele, na próxima semana o ministério deve receber o processo e fará as devidas correções.
"Semana que vem vamos ver o que tem o processo para fazer as devidas correções e reapresentar as plantas para que sejam reabilitadas", disse.
Ainda segundo Maggi, esse processo de impor restrições é normal e ocorreu há alguns dias atrás com carnes enviadas do Brasil à Europa.
"É normal esse tipo de suspensão temporária quando o importador detecta uma inconformidade".
Retomada das exportações
As exportações brasileiras de carne foram afetadas nos meses seguintes à operação Carne Fraca, mas já foram retomadas e vêm contribuindo positivamente para o superávit da balança comercial brasileira.
Entre janeiro e outubro, o Brasil exportou US$ 12,6 bilhões em carne de todos os tipos, uma alta de cerca de 8% em relação ao registrado no mesmo período de 2016, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
RÚSSIA
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2017, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas ficou estável em US$ 80 bilhões.