Política

Taques: Retirada de presidente não pode funcionar como compra de pão

Foto: Andréa Lobo/CMT

O governador Pedro Taques (PSDB) demonstrou cautela ao falar sobre o escândalo envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB) e os donos do Grupo JBS. O tucano afirmou que ainda é muito cedo para defender a saída do político da presidência da República.

Desde o dia 17 de maio, a política brasileira voltou a mergulha em uma crise, após o jornal “O Globo” revelar o teor de parte da delação firmada por um dos donos da JBS, Joesley Batista, à Procuradoria-Geral da República (PGR). O empresário, em março deste ano, gravou o presidente dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

“Defendo que isso seja investigado. A retirada de um presidente da República não pode funcionar como compra de um pão. Vai lá tira um presidente e depois outro”, disse Taques, que foi o primeiro governador a defender o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Taques, que deve se reunir com outros governadores, deputados e senadores do PSDB para definir o desembarque ou não da base do Governo, disse que Temer deve se explicar ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramita a investigação sobre as acusações de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.

“O momento é grave e o presidente Michel Temer tem que se explicar diante disso. Isso ele está fazendo diante do STF, por meio das petições”, declarou.

Senador tucano

Além de Temer, as gravações feitas pelo executivo da JBS também complicaram o senador tucano Aécio Neves, que foi afastado do Senado e se licenciou da presidência nacional do partido.

Em gravação entregue por Joesley Batista à Procuradoria-Geral da República (PGR), o senador afastado pede R$ 2 milhões ao empresário para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava-Jato.

De acordo com Taques, é preciso ter ressalvas quanto a delações como a dos executivos da JBS.

“No Brasil, institutos como a delação, muitas vezes, se transformam em negociações, chantagem política e vingança. Não estou falando desse caso especifico do Aécio, mas do instituto”, disse.

Por fim, Taques evitou avaliar se a chance de Aécio se candidatar a presidência da República em 2018 ficou prejudicada por conta da investigação.

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Redação

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