Melhorar geneticamente o maracujazeiro azedo em Mato Grosso é um dos objetivos do pesquisador Willian Krause, doutor em genética e melhoramento de plantas, que com seu trabalho busca o fortalecimento da fruticultura em Mato Grosso. Há cerca de oito anos ele e sua equipe desenvolvem experiências na Unidade Experimental da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) em busca de cultivares de maracujazeiro azedo com maior produtividade.
Em Mato Grosso, a produção de maracujá, embora em expansão desde 2001, está longe de atingir os mesmos níveis de produtividade do Distrito Federal e do Espírito Santo que possuem atualmente a maior produtividade do fruto no país. O aumento da produtividade e, consequentemente, da renda dos produtores, será um incentivo maior para que mais produtores participem da atividade onde o Brasil é o maior produtor mundial, assim como também o maior consumidor.
Em seus experimentos o professor vem trabalhando com cultivares enxertadas em espécies silvestres de maracujá resistentes a fusariose. Os resultados obtidos até o momento confirmaram que a utilização de maracujazeiro azedo enxertado aumenta o tempo de sobrevivência das plantas no campo. No entanto, as metas de produtividade para o cultivo comercial ainda não foram atingidas. "A produção do maracujazeiro enxertado é menor em relação ao sem enxertia", apontou Krause.
A baixa produtividade em Mato Grosso está diretamente relacionada a fusariose que bloqueia o fluxo de água, provoca a murcha e posteriormente a morte das plantas. "A fusariose ocasiona perdas expressivas na produtividade, bem como reduz a vida útil do maracujazeiro", aponta o pesquisador. Outra importante razão, segundo Krause, "seria o fato que nenhuma dessas cultivares foi desenvolvida para o Mato Grosso e, em razão da interação genótipo x ambiente, elas podem não ser totalmente adaptadas às condições de plantio no Estado".
Na busca pela cultivar ideal o projeto "Melhoramento genético visando o desenvolvimento de cultivares de maracujazeiro azedo e de porta enxerto resistente a fusariose", coordenado por Willian Krause, foi aprovado pelo edital Fapemat nº 037/2016, de apoio a Programa de Redes de Pesquisa. Pelos próximos três anos, oito pesquisadores da Unemat, um da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UNFE) e outro da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Sinop estarão envolvidos no projeto.