Mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da zika, em laboratório de Campinas, em São Paulo (Foto: Paulo Whitaker/File Photo/Reuters)
Um estudo no Brasil com 70 bebês de mães que contraíram o vírus da zika registrou que quase 6% teve perda de audição, acrescentando o problema à lista de doenças que o vírus pode causar quando mulheres são infectadas durante a gravidez.
O estudo brasileiro, publicado nesta terça-feira (30) no relatório semanal sobre mortes e doenças do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, confirmou relatos menos rigorosos sobre surdez entre bebês nascidos de mães infectadas pelo o vírus da zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
A descoberta é parte de um esforço para caracterizar de forma total as possibilidades que o vírus pode causar durante a gravidez. Ele é mais conhecido por causar microcefalia, mas outros estudos indicam que pode provocar outras anomalias cerebrais, problemas de visão e alterações nas juntas.
No estudo mais recente, uma equipe liderada pela doutora Marli Tenório e pelo doutor Ernesto Marques, da Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco, examinou registros de 70 bebês com microcefalia, cujas mães tiveram infecções confirmadas durante a gravidez.
Os pesquisadores descobriram que quase 6% dos bebês tiveram perda de audição sem qualquer outra causa plausível.
Diversas outras infecções virais durante a gravidez podem causar perda de audição, incluindo rubéola e citomegalovírus, ou CMV. O estudo recente acrescenta a zika à lista.
Cientistas dizem que o vírus da zika agora pode ser considerado fator de risco para perda de audição, e crianças que foram expostas durante a gravidez e apresentam audição normal devem ser checadas regularmente para perda progressiva de audição.
A ligação entre o vírus da zika e microcefalia foi descoberta no Brasil no ano passado e já há mais de 1.800 casos confirmados.
Fonte: G1