Quem convive ou já conviveu com gatos por mais de 10 anos já deve ter notado que o comportamento deles muda com o passar dos anos, e a maioria tende a ficar menos ativo e interessado em novidades.
Conforme a idade avança, essas mudanças são esperadas, mas alguns indivíduos alteram o comportamento de forma acentuada, podendo indicar um problema de saúde.
Assim como os seres humanos, os gatos também envelhecem, e todos os seus órgãos, principalmente o cérebro, também começam a perder as suas funções.
Um desses problemas é o declínio nas habilidades cognitivas (por exemplo, aprendizado, memória, atenção e noção de espaço) como resultado de mudanças de envelhecimento no cérebro.
Isso, às vezes, é chamado de senilidade (ser senil) ou demência, como em humanos, porém é mais corretamente denominado Síndrome da Disfunção Cognitiva em gatos, que pode ser resumido como o envelhecimento natural do cérebro.
E comparando com o ser humano, podemos afirmar que ela se assemelha à doença de Alzheimer.
E quais os sinais da Disfunção Cognitiva em gatos?
O problema é notado pelos tutores quando o gato começa a demonstrar perda de memória, dificuldade de aprendizado ou até esquecer algo que ele já sabia fazer, como usar a caixa de areia, por exemplo.
Os felinos também podem ficar mais quietinhos, reduzindo suas atividades ou mudando a sua rotina. Outros sinais são:
- Diminuição das interações sociais, como as brincadeiras
- Alteração do ciclo do sono (o gato “troca o dia pela noite”)
- Desorientação (o gato pode ficar perdido e “preso” em algum canto da casa)
- Xixi e cocô fora do lugar
- Vocalização excessiva (o gato começa a miar muito)
- Aumento ou diminuição do apetite
A agressividade também pode ser um sinal ligado à Disfunção Cognitiva Felina, mas doenças na tireoide e dor também podem causar agressividade em gatos.
Como saber se meu gato tem Disfunção Cognitiva Felina?
Doenças neurológicas, tumores no cérebro, estresse crônico (conhecido como “distress”) e até doenças como a diabetes podem causar sinais semelhantes à disfunção cognitiva.
Por isso, o seu diagnóstico nem sempre é fácil, e a realização de um bom exame clínico, exames complementares (exames de sangue, ultrassom, urina etc.), é de extrema importância justamente para que outras doenças sejam descartadas.
A disfunção cognitiva tem cura?
Embora, infelizmente, ela não possa ser curada, os sinais dela podem ser reduzidos com um manejo adequado, incluindo mudanças no ambiente do gato, alteração ou suplementação de sua dieta, e também existem algumas terapias medicamentosas disponíveis. Seu médico-veterinário poderá discutir essas opções com você.
Enriquecimento Ambiental
A mudança de fatores ambientais pode ajudar um gato com disfunção cognitiva, segue aqui algumas dicas pra vocês:
- Promova brincadeiras agradáveis
- Ofereça novos brinquedos
- Se o seu gato aprecia a sua companhia, fique mais próximo dele
- Promova interações positivas com o seu gato
Todos os fatores mencionados acima são conhecidos como “enriquecimento ambiental”, que pode levar ao aumento da estimulação mental, do crescimento e sobrevivência das células nervosas no cérebro e aumento da função cognitiva.
Introduza as mudanças no ambiente do seu gato gradualmente, para não confundi-lo. Se o seu gato nunca usou comedouros com quebra-cabeças, introduza-os gradualmente e comece pelos mais fáceis.
E acima de tudo isso, entenda que o seu amor, dedicação e a sua compreensão são os melhores remédios nessa batalha.