Vários vídeos, entre filmes, documentários e clipes musicais nacionais serão projetados no Morro Dois Irmãos, no Rio de Janeiro, para a população da Rocinha assistir de casa o evento “Projeta Rocinha”, sendo um deles, o curta-metragem “Flor da Pele”, da artista mato-grossense Isadora Pardal. A favela será palco para um grande evento, nos dias 22, 23 e 24 de janeiro, para um público que pode chegar até 100 mil pessoas.
O Morro Dois Irmãos ganhará uma projeção com dimensões espetaculares, entre 50 metros de altura por 90 de largura, – equivalente a meio quilômetro ou cinco edifícios de 18 andares lado a lado, onde o som dos filmes e clipes será disponibilizado aos moradores via streaming e por meio da rádio comunitária local.
Terão longas e curtas-metragens de sucesso, clipes musicais, intervenções poéticas e mensagens de saúde pública relacionadas à prevenção da pandemia (#vacinajá), na programação dos três dias do evento, que acontece de sexta-feira (22) a domingo (24).
O curta de Isadora Pardal foi escolhido após participar, no último mês de dezembro, do Festival “Lifft India”, um evento global de prêmios de literatura, ilusão, informação, cinema, frame, televisão e teatro que se origina e é realizado anualmente em Lonavla, um destino turístico da Índia perto de Mumbai e Pune. A ideia deste festival, estabelecido desde 2017, é promover e trazer o melhor dos filmes, televisão e conteúdo de novas mídias por cineastas independentes, estudantes e profissionais de todos os países do globo para ser exibido em Lonavla e em todo o mundo.
“Isadora é uma atriz extremamente antenada e dedicada. Ela escreveu o texto do filme Flor da Pele, que tem um minuto, e que estava concorrendo no Festival da Índia. Juntas pegamos o texto, estudamos, e eu roterizei para filmarmos de forma remota com o celular, no auge da pandemia. Um momento de sofrimento mundial. Esse roteiro fala da identidade da Isadora e sua posição no mundo como ser humano, como uma adolescente preta nesse cenário da discriminação racial que o país está submerso”, destaca a diretora e preparadora de elenco do Rio de Janeiro, Bia Oliveira.
No vídeo, Isadora, uma adolescente de 13 anos de idade, atua de forma verdadeira, onde a personagem vive, literalmente na pele, todo o contexto do roteiro.
A direção de Bia Oliveira foi feita a distância, via plataformas virtuais de vídeo e mensagem. O filme tem a produção da BIARTE Filmes em parceira com a Produtora One World Media, situado em Los Angeles, dirigida pela jornalista Bianca Dubeux Mcmahan.
Isadora Pardal é natural do município de Várzea Grande e cria do ator e diretor cuiabano, André D`Lucca, na escola de teatro Espaço Incasa, onde participou de diversas oficinas que se tornaram peças: Relatório Figueredo; Chapeuzinho é de VG, vovó do CPA e lobo mau anda de moto; O trono de Ferro; Dentro de mim, estômago, coração e rim.
Na televisão participou da primeira temporada da Escolinha da Almê, também idealizada por D`Lucca, quadro humorístico na TVCA, afiliada da Rede Globo no MT, sendo a personagem Mae Bonifácia.
Participou da primeira temporada da web série “A casa”, que foi selecionada em 4 categorias para concorrer no festival Rio Webfest, que ocorreu em novembro 2020.
Isadora também está na produção de um longa metragem chamado “Em busca do sucesso”, em fase de produção.
O PROJETA ROCINHA
O filme de abertura será “Minha Mãe é uma peça 3”, de Susana Garcia. Em um ato de afirmação da importância do cinema nacional, os três longas-metragens a serem exibidos são grandes sucessos de público, somando cerca de 14 milhões de espectadores.
Os outros dois são “Fala sério, Mãe!”, de Pedro Vasconcelos, com as atrizes Ingrid Guimarães e Larissa Manoela, baseado no livro da escritora Thalita Rebouças, e “Gonzaga: De pai para filho”, de Breno Silveira, ganhador do prêmio de melhor filme no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, e escolhido por representantes e artistas da comunidade, dialogando com a origem pernambucana e nordestina de grande parte dela.
O vídeo de Isadora Pardal está previsto para ser exibido também no dia da abertura, sendo que os longas serão antecedidos por curtas-metragens.
Entre as produções selecionadas, a diretora de Flor da Pele, Bia Oliveira, participa também com o vídeo “Penso logo falo”, um registro emocional do desejo de liberdade e igualdade.
Os demais que serão exibidos são “Janelas Daqui”, de Luciano Vidigal, realizado durante a pandemia, abordando os impactos da covid; “Lá do Alto”, também de Luciano Vidigal, filmado no Dois Irmãos; “A fábula da Vó Ita”, de Joyce Prado e Thalita Oshiro, que aborda a importância do cabelo crespo; “Alma Crespa”, de Paulo China e Rebecca Joviano, sobre o feminismo negro; “O Pião”, de Karina Mello, uma fábula sobre a perda, a saudade e o sentimento de amor; “Rã”, de Ana Flávia Cavalcanti e Julia Zakia, que fala sobre união, afeto e coletividade; “Lé com Cré”, de Cassandra Reis, sobre coisas de menino e menina, contados por crianças e “Como Ser Racista em 10 Passos”, de Isabela Ferreira, que traz à tona e confronta o racismo estrutural velado;
Entre os clipes musicais de artistas diversos, já estão confirmados “Pra dizer adeus”, “Sonífera ilha” e “Enquanto houver sol”, dos Titãs; “De ontem”, Liniker e os Caramelows; “Náufrago”, de Majur; “Fica em casa”, de Marília Coelho; e “Who’s that boy?” e “Te ligo e vc não atende”, de Luthuly.