O vereador Marcelo Bussiki (PSB) disse começa a coletar, nesta sexta-feira (25), assinaturas para abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para analisar a denúncia de recebimento de propina pelo prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB). Bussiki também fez pedido de renúncia de Pinheiro.
“Temos que investigar a fundo as denúncias veiculadas na mídia. O prefeito não tem mais ética e nem moral para continuar no cargo, para gerir um orçamento de R$ 2 bilhões de Cuiabá. Se ele não tiver a hombridade de renunciar o cargo, vamos investiga-lo a fundo”.
Segundo ele, a intenção que a comissão esteja pronta para ser instalada na próxima semana. Bussiki precisa a adesão de um terço dos vereadores (9/25) para conseguir autorização para instalar a comissão de investigação.
Nesta quinta (24), Bussiki tinha fez um convite ao prefeito Emanuel Pinheiro para esclarecimento das informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo. Agora, disse ele, a situação é incontornável após divulgação de vídeo, em reportagem da Rede Globo, que o prefeito e outros ex-deputados aparecem recebendo dinheiro, supostamente de propina, no gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
“O vídeo é claro, mostra o prefeito recebendo dinheiro. Não há o que questionar. Ele terá que renunciar o cargo, mostrar hombridade.”
O vídeo divulgado no Jornal Nacional desta quinta-feira (24) mostra deputados de Mato Grosso recebendo dinheiro de um representante de Silval Barbosa. As imagens foram entregues pelo ex-governador Silval Barbosa em delação premiada à STF (Supremo Tribunal Federal).
As imagens foram feitas pelo ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio César Correa Araújo. Em sua sala no Palácio Paiaguás, aparecem recebendo dinheiro o então prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), a atual prefeita de Juara, Luciane Bezerra (PSB), o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), e os ex-deputados Hermínio Barreto (PR) e Alexandre César (PT).
Nas gravações, Silvio Correa aparece entregando os valores em espécie aos parlamentares. Em uma das imagens, o prefeito Emanuel Pinheiro aparece “enchendo” o paletó do terno que usava de dinheiro. Ele chegou a deixar cair uma grande quantidade no chão. Depois se ajoelhou para pegar. Os demais alocaram os recursos em caixas, pastas e bolsa.
As gravações foram entregues pelo ex-governador à Procuradoria Geral da República em acordo de delação premiada, já homologada pelo ministro Luiz Fux, do STF. Elas subsidiaram os depoimentos de Silval aos procuradores.
O outro lado
O Circuito Mato Grosso entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá para saber uma posição do prefeito Emanuel Pinheiro a respeito da postura do vereador Marcelo Bussiki e está no aguardo de uma nota.