O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária mato-grossense está estimado em R$ 68,874 bilhões este ano, segundo a projeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgada nesta terça-feira. A cifra é 2,22% menor que a de 2016, de R$ 70,440 bilhões. O VBP considera a produção de lavouras e pecuária. É calculado a partir da multiplicação do volume produzido pelo preço de mercado no período da pesquisa.
A queda deste ano foi impulsionada, principalmente, pela redução na pecuária, que caiu 7,23% ante o ano passado, de R$ 14,936 bilhões para R$ 13,856 bilhões. O total das lavouras retrocedeu 0,87% e tem VBP estimado em R$ 55,018 bilhões. No país, o VBP está em R$ 535,4 bilhões, 4,5% acima do R$ 512,5 bilhões de 2016. De acordo com a projeção do Mapa, Mato Grosso terá o 2º melhor resultado do país perdendo apenas para São Paulo, com R$ 73,009 bilhões.
De acordo com o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola (SPA), José Garcia Gasques, como o ano agrícola está quase encerrado para a maior parte das lavouras, não deve haver mudanças acentuadas de preço até o fim do ano. Segundo ele, enquanto no ano passado os preços foram decisivos na formação do valor da produção, este ano o fator mais importante na composição do valor é a produtividade. “Isso acontece em função da safra recorde de grãos, estimada em 238,2 milhões de toneladas pela Conab, e de 242,1 milhões (t) segundo o IBGE”, analisa.
A lavoura estimada em R$ 55,018 bilhões em Mato Grosso tem recuo de 0,87% no VBP. Entre os produtos que recuaram, os principais grãos do Estado, soja e milho, puxaram a queda. Na soja o recuo é de 9% e no milho chega a 5,5%, embora ambos tenham apresentado aumento de produção, de 17,2% no caso da soja e de 81% no caso do milho, segundo dados da Conab.
O diretor financeiro da Aprosoja, Nelson Piccoli, explica que a retração no valor da produção é consequência da desvalorização das duas commodities, em virtude do aumento da produção. “No caso da soja, a baixa de preço está relacionada à previsão de uma grande safra americana, que reduz o preço da commodity na bolsa”.
Mas, nem todos os produtos tiveram resultado negativo. A produção de cana de açúcar, por exemplo, tem estimativa de crescimento de 45%. A projeção é de R$ 1,978 bilhão este ano, acima dos R$ 1,361 bilhão de 2016. Jorge dos Santos, diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleieras (Sindalcool/MT), explica que as condições favoráveis de clima valorizaram o produto. “Com a melhora da qualidade, o aproveitamento da cana está maior este ano”.