Mato Grosso registra perdas no setor de serviços, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta quarta-feira (13). Em setembro de 2024, o volume do segmento apresentou retração de 1,8% em relação a agosto. Já no comparativo anual, a queda foi ainda maior – de quase 14 pontos percentuais.
O estado também amargou números negativos (-9,6%) no acumulado de janeiro a setembro de 2024 em relação ao ano anterior. A influência do clima desfavorável sobre as atividades no campo pode ser apontada como um dos fatores que contribuíram para as perdas no setor. “Como o início do plantio da safra foi postergado em função da falta de chuvas, naturalmente, a demanda por frete e outros serviços que compõem a cadeia do agronegócio foi reduzida”.
Em todo o país, o volume do segmento cresceu 1% em setembro frente a agosto e quebrou o recorde da série histórica, ficando 16,4% acima do nível pré-pandemia. No comparativo anual, a escalada foi de 4%. Os números positivos foram puxados por 4 das 5 atividades investigadas: profissionais, administrativos e complementares (+1,4%), informação e comunicação (+1%), transportes (+0,7%) e serviços prestados às famílias (0,4%).
Turismo
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também ligam o sinal de alerta do setor de turismo em Mato Grosso. O segmento despencou 20% na passagem de 2023 para 2024 – a maior entre todos os estados do país. No acumulado dos três primeiros trimestres deste ano, o setor teve recuo próximo a 16 pontos percentuais ante o período entre janeiro e setembro do ano anterior.
O economista Emanuel Daubian avalia que o turismo mato-grossense foi severamente castigado pelos incêndios florestais, que dispararam 430% segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Esse fenômeno que atingiu o estado provocou um efeito dominó que comprometeu os segmentos de bares e restaurantes, agências de viagem, salão de beleza, transportes, shows culturais e apresentações artísticas, comércio, entre outros”, explica o especialista.