O terminal de Rondonópolis deve se converter em um Complexo Intermodal, que segundo a ALL será o maior do país. Trata-se de um gigante de 400 hectares, com estrutura moderna de carga e descarga ferroviária. "Teremos capacidade para abastecer simultaneamente dois trens, com cargas diferentes, em até seis horas, num total de 120 vagões", diz Trevisan. "Será um ganho de produtividade enorme”, diz Thiago Trevisan, gerente de Infraestrutura de Projetos da ALL, concessionária da ferrovia.
"De início, vamos transportar grãos, especialmente de soja, mas também queremos cargas de óleo de soja, milho, algodão, madeira certificada, contêineres refrigerados e derivados de petróleo. Tudo vai depender da demanda futura", acrescenta Trevisan. O custo total do projeto é de R$750 milhões, sem contar a construção dos terminais de Rondonópolis e Itiquira, sendo 90% financiado pelo BNDES.
O projeto atrai importantes players do agronegócio, como o NobleGroup, trading de commodities que já definiu uma área no Complexo de Rondonópolis para implantar uma indústria de biodiesel.
Além disso, o projeto prevê a implantação de uma área de serviços com 230 mil m2 para atender os caminhoneiros e a população local. O complexo contará com shopping, banco, farmácia, supermercados, hotel, restaurante e posto de combustível e estrutura para receber até 1,5 mil caminhões por dia. Ao todo, a estrutura de expansão da Ferronorte vai gerar 3,5 mil empregos na região quando a obra estiver concluída.
Segundo Gustavo Okihiro, técnico da concessionária, o terminal terá sete tombadores e cada um tem capacidade para descarregar até 10 caminhões por hora, o que permitirá atender todo o fluxo sem ocasionar filas e congestionamentos na rodovia. Ele também destacou que a área tem um espaço para o estacionamento para cerca de 5 mil caminhões e será dotada de infraestrutura (banheiros, restaurantes etc.) para atender os motoristas enquanto aguardam a descarga. “Com isso, será possível acabar com as filas quilométricas de caminhões à espera para descarregar e ainda teremos uma redução de pelo menos 10% no custo do frete”, prevê o secretário de Estado de Logística Intermodal de Transportes, Francisco Vuolo, filho do idealizador da Ferronorte, Vicente Vuolo.
Por Camila Ribeiro
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