Dentre tantas atividades por toda cidade, artistas e espaços culturais foram valorizados, especialmente no caso do Circuito Cultural Pontos do Mato, que chega ao final neste domingo (29). E o legado foi deixado: a tecnologia utilizada para ampliar as exposições e garantir acessibilidade deve servir de modelo para outros espaços.
Desde o dia 10 de junho, turistas de várias nacionalidades, de outros estados e até quem vive na Baixada Cuiabana, aproveitou o ônibus gratuito para realizar uma viagem pela cidade, por sua ancestralidade e pela arte contemporânea gerada em solo mato-grossense. Três museus cuiabanos – da Caixa D´Água Velha, Arte Sacra e Casa Dom Aquino – e a escola Circo Leite tiveram seu acervo e dependências evidenciadas com o projeto.
O produtor do projeto, Eduardo Espíndola, realça que as ações ganharam ainda mais vulto porque além de conhecer os lugares e nossa cultura, os visitantes interagiram com ela. “Os turistas e moradores puderam não só apreciaram como participaram diretamente do fazer cultural. Ficaram encantados com tanta riqueza cultural e a capacidade de criação dos nossos artistas”, ressaltou.
Os coreanos Yonggun An e Youran Paak, a exemplo, se mostraram surpresos com os indígenas. “Nos surpreendemos porque foi a primeira vez que estivemos de frente a índios. A única imagem que tínhamos deles era pela TV. Vê-los com câmeras fotográficas, computadores e celulares foi muito curioso”, disse Yonggun An.
Eduardo Espíndola avalia ainda, que o projeto oxigenou o cenário urbano. “A divulgação dos museus e dos pontos de cultura para a nossa população foi muito positiva. Todos se preparam para receber os visitantes ampliando as exposições, reformulando os atendimentos, capacitando colaboradores para atendimento dos turistas estrangeiros, confeccionando materiais em inglês e espanhol, dentre outras ações”.
Além disso, os museus de Arte Sacra, Pré História e Caixa D'água também prezaram pela garantia de acessibilidade, ao disponibilizar informações em braille para os visitantes com deficiência visual. “Foram disponibilizados ainda, audioguia em inglês e espanhol para que os visitantes pudessem conhecer mais sobre a programação, história e curiosidades dos espaços”, ressalta.
“Além disso, a tecnologia empregada durante o circuito está sendo consultada por vários espaços para que sirva como norteador para ampliação de exposições, acessibilidade entre outros. Para os pontos de cultura foi extremamente rico o contato com as culturas de outros países e o intercambio com os turistas que participaram das atividades”, garante.
Turistas interagiram com arte local
O Circuito Cultural Pontos do Mato leva turistas brasileiros e estrangeiros rumo a uma incursão pela cultura mato-grossense, com direito a vivência com ribeirinhos, artistas circenses, jovens músicos da música de concerto, dançarinos de siriri, cururueiros e dezenas de etnias.
Um ônibus com 42 lugares sai todas as tardes até o dia 29 de junho da Arena Pantanal, passando pelo Centro de Atendimento ao Turista e rumo a quatro pontos de Cultura de Cuiabá: o Pontão Ação Cultural em Rede, com sede no Museu de Arte Sacra; Instituto Ciranda, que desenvolverá as atividades no Museu do Morro da Caixa D'agua Velha; Escola de Circo Leite de Pedras; e Museu da Pré-História Casa Dom Aquino.
Além destes, foram incluídos no projeto, outros dois pontos de cultura. Os deficientes visuais atendidos pelo Instituto dos Cegos terão visitas acompanhadas aos sábados e os jovens do Instituto Mão Amiga atuarão como monitores nas atividades. De acordo com a diretora executiva da Ação Cultural, Viviene Lozi, o projeto tem programação paralela à Copa do Mundo e foi aprovado por edital do Ministério da Cultura para a Copa.
“Estamos maravilhados com a cidade de Cuiabá e toda sua cultura. Essa dança que aprendemos hoje (refere-se ao siriri) é algo único. Estou muito feliz em poder participar desse tour pela cidade de Cuiabá. E quando achei que tinha me emocionado muito, me encantei com os jovens músicos do Ciranda”, diz o turista australiano Josh Emerson.
A programação está dividida em dias pares e ímpares. No dia 28, os visitantes participam de atividades no Museu de Arte Sacra e no Museu do Morro da Caixa D' água Velha. Já nos dias 27 e 29 é a vez do Museu da Pré História-Casa Dom Aquino e o Ponto de Cultura Escola de Circo Leite de Pedras acolherem os grupos.
Para o chileno José Contreras, “a experiência foi incrível! Poder ver um esqueleto de dinossauro praticamente completo, indígenas dançando, poder dançar junto, fazer parte dessa festa é uma emoção inexplicável… Apreciar a arte circense local também foi empolgante. Mas, falando de futebol, me perdoem, mas o Chile ainda vai ganhar do Brasil por um a zero (risos)!
Da Assessoria