Economia

“Todo mundo quer privatizar até sentar na cadeira”, diz Maia

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi irônico quando questionado sobre as críticas de que as privatizações estão em ritmo lento no governo do presidente Jair Bolsonaro, que teve como uma das bandeiras na campanha eleitoral a redução do tamanho do Estado por meio da venda de ativos estatais à iniciativa privada.

“Esse é um problema, todo mundo quer privatizar até sentar na cadeira. Quando senta na cadeira aí a empresa é eficiente, é boa”, cutucou Maia, que também fez críticas à gestão do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.

“A Caixa Econômica era para fazer um downsize dela, né? E daqui a pouco vai virar o maior banco do Brasil. Está corajoso o presidente da Caixa, não está? Se esse juro subir, o Estado brasileiro, vai ter dificuldade.”

Sobre a privatização da Eletrobras , cujo projeto está no Congresso, Maia disse que ela deverá enfrentar dificuldades.

“Acho que a Eletrobras, sendo verdadeiro, nós temos dois problemas. Ano passado nós tínhamos um problema que é o Senado. Hoje nós passamos a ter dois. De fato, a Eletrobras, a eleição municipal tem influência em sua privatização”, afirmou.

Privatizações
Maia também disse que tem a expectativa de que a reforma tributária esteja resolvida até abril na Câmara e afirmou que trabalhará para que a reforma administrativa, cuja proposta ainda precisa ser encaminhada pelo governo, seja aprovada ainda neste ano.

Após palestra a investidores em evento do Credit Suisse em São Paulo, o presidente da Câmara reconheceu que a reformulação do sistema tributária não é um tema simples, mas declarou-se otimista com sua aprovação, fazendo ainda a avaliação de que a eleição municipal de outubro não atrapalhará a tramitação das reformas.

“Eu acho que até abril a gente tem esse assunto (reforma tributária) resolvido. Para votar”, disse Maia a jornalistas.

“Eu acho que é uma matéria que não é simples, eu estou bem otimista mesmo. Mas acho que está na hora de a gente enfrentar e conseguir avançar na tributária e, quando o governo mandar a administrativa, dar celeridade”, acrescentou.

Há pelo menos duas propostas principais de reforma tributária. Uma que tramita no Senado e outra na Câmara, com diferenças. Nesta semana, o relator da reforma da Câmara disse que defende a votação de um texto único.

Nas últimas semana, o presidente Jair Bolsonaro disse que não tem preferência sobre qual reforma deve ser votada primeiro, se a tributária ou a administrativa. De acordo com o presidente, a equipe econômica deve mandar sugestões para os textos que tramitam no Senado em formato de emendas.

“A PEC da administrativa quando chegar, pelo menos é a minha intenção, a celeridade necessária para que a gente possa aprovar ainda neste ano.”

Durante a palestra, Maia também afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição Emergencial, que tramita no Senado, é menos ambiciosa do que a proposta da Câmara, mas fez a avaliação de que ela deve ser aprovada pelo Legislativo.

Redação

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