Cidades

Testes indicam que novo medicamento pode retardar Alzheimer

Dados da companhia farmacêutica Ely Lilly sugerem que o medicamento, chamado de solanezumab, pode cortar em cerca de um terço a taxa do avanço da demência.

As informações foram apresentadas durante uma conferência nos Estados Unidos.

Atualmente, não há como parar a morte de neurônios por causa do Alzheimer. Mas, o solanezumab poderá, segundo os cientistas, manter estas células vivas.

Os medicamentos disponíveis podem gerenciar os sintomas da doença ao ajudar no funcionamento das células do cérebro que estão morrendo.
Este novo medicamento ataca as proteínas deformadas, chamadas amilóides, que se acumulam no cérebro devido ao Alzheimer.

Acredita-se que a formação das placas de amilóides entre os neurônios leva ao dano e, depois, à morte da célula.

Fracasso

O solanezumab já vinha sendo usado nas pesquisas sobre a doença mas, os testes de 18 meses da droga acabaram em fracasso em 2012.
Quando o laboratório Eli Lilly analisou com mais atenção os dados, havia pistas de que o medicamento poderia funcionar para pacientes nos primeiros estágios da doença.

A companhia pediu para que mais de mil pacientes que participaram daquele primeiro teste de 18 meses, e que apresentavam Alzheimer mais leve, para tomar o remédio por outros dois anos.

E os resultados positivos destes dois anos foram apresentados na Conferência da Associação Internacional de Alzheimer.
"É outra prova de que o solanezumab tem um efeito na patologia subjacente da doença", afirmou à BBC Eric Siemer, do Laboratório de Pesquisas Lilly, no Estado americano de Indiana.

"Acreditamos que há uma chance de que o solanezumab será a primeira medicação disponível que modifica a doença", acrescentou.

Em 2016 serão divulgados mais resultados dos testes e, então, a comunidade científica saberá se o solanezumab é realmente a evolução no tratamento de Alzheimer esperado por todos.

"Os dados dão uma pista de que os anticorpos estão tendo um efeito, é promissor e é melhor do que não ter efeito nenhum, mas é inconclusivo", disse à BBC Clare Walton, gerente de pesquisa da organização Alzheimer's Society.

"Depois de uma década de nenhum tratamento e do fracasso de muitos remédios, é animador ouvir notícias promissoras, mas (estas notícias) não falam realmente se o resultado é bom ou ruim. Precisamos esperar a terceira fase do estudo, e isto é apenas em 18 meses", acrescentou.

Fonte: BBC BRASIL

Redação

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