Economia

Tesouro: crédito suplementar tem que ser aprovado até meio de junho

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou nesta quarta-feira (29) que o projeto do governo que pede um crédito suplementar para seguir cumprindo a regra de ouro neste ano precisa ser aprovado pelo Congresso até meados de junho, entre os dias 14 e 16, para não prejudicar o fluxo de pagamento de nenhum dos gastos envolvidos.

Encaminhado aos parlamentares em março, o projeto de lei sobre o tema solicitou crédito de R$ 248,9 bilhões para este ano, incluindo R$ 201,7 bilhões para benefícios previdenciários, 30 bilhões de reais para o pagamento de Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado a idosos e deficientes em condição de miserabilidade, e 6,6 bilhões de reais para “inclusão social por meio do Bolsa Família, do Cadastro Único e da articulação de políticas sociais”.

O restante do crédito foi pedido para indenizações e restituições do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), e outras subvenções econômicas, como para o Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

Em coletiva de imprensa nesta quarta, Mansueto afirmou que a solução para o projeto está sendo construída politicamente, mas reconheceu que o governo anterior — do qual fazia parte — achava que a tramitação do projeto seria mais fácil, por envolver gastos socialmente sensíveis.

A equipe do então presidente Michel Temer calculou o buraco para a regra de ouro em 2019 e, no projeto orçamentário anual, separou uma série de gastos nesse montante, atrelando sua execução ao aval dos parlamentares, a ser pedido pelo próximo presidente eleito.

Nesta quarta-feira, o Tesouro atualizou seus cálculos e apontou que a insuficiência para a regra de ouro em 2019 é vista agora em 146,7 bilhões de reais, ante 110,4 bilhões de reais no relatório anterior, de março.

Mansueto reconheceu que o Congresso pode decidir aprovar os R$ 146,7 bilhões, em vez dos 248 bilhões originalmente pedidos, mas ressaltou que, nesse caso, também será necessário que os parlamentares mudem a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) vigentes.

Exceções à regra do teto
Mansueto também afirmou que, em solução costurada junto ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do orçamento impositivo trará também uma solução para que o governo pague à Petrobras após a renegociação dos termos da cessão onerosa sem, com isso, infrigir a regra do teto de gastos.

Outras duas exceções para a regra do teto também estarão na PEC do orçamento impositivo: a divisão de recursos com Estados e municípios do bônus de assinatura do leilão do excedente do pré-sal e um compartilhamento, junto aos entes regionais, do fundo social do pré-sal.

Nos dois casos, ainda não está decidido quanto será destinado aos Estados e municípios, tampouco qual será o critério adotado para tanto.

Na avaliação do secretário do Tesouro, afrouxar a regra do teto de gastos para além dessas mudanças implicaria perder a única âncora fiscal hoje existente.

Durante a coletiva, Mansueto afirmou ainda que o Plano de Equilíbrio Fiscal (PEF) para Estados foi finalizado pelo Tesouro há três semanas e que deve ser encaminhado ao Congresso “nesta semana, no mais tardar na próxima”.

Questionado sobre eventual empréstimo de fundos constitucionais diretamente a Estados, medida que nem sendo ventilada por governadores como um socorro possível, Mansueto afirmou que a iniciativa não está no Ministério da Economia e que o debate “é muito mais junto à Casa Civil”.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26