O amor incondicional dos pets mostra resultados tanto para a saúde psicológica quanto física
Por Assessoria
O estudo em torno de doenças psicológicas já levou a humanidade a cometer atrocidades contra algumas pessoas, como no caso de lobotomias (cirurgia no cérebro que visava desligar o lobo frontal do paciente para “curar” doenças mentais, como esquizofrenia), torturas de choque e administração de drogas pesadas para “convencer” o cérebro a funcionar de maneira normal.
Por sorte, houveram outras técnicas e experimentos mais conscientes e menos brutais que resultaram em avanços significativos no estudo das doenças psicológicas, e uma das histórias mais fascinantes é a da terapia assistida por animais.
O que é terapia assistida por animais?
Como o nome já diz, a Terapia Assistida por Animais (ou TAA) é uma abordagem terapêutica que se apoia no contato direto entre paciente e um animal, normalmente cães, gatos ou cavalos.
É muito conhecido que os seres humanos possuem uma profunda conexão com animais, em especial os animais domésticos, e existem registros de cães sendo empregados em templos de cura na Grécia Antiga (por volta de 1.200 a.C.).
Também podemos destacar diversos relatos do historiador romano Plínio, o Velho, sobre os benefícios da companhia de cães no estado mental do homem, no ano 23 d.C.
Mas o primeiro registro documental científico dessa prática ocorreu em 1792, quando o filantropo inglês William Tuke propôs que os pacientes tivessem contato direto com os cavalos da propriedade de onde eram tratados como uma forma de acalmá-los e desenvolver algumas habilidades que muitos tinham em falta.
Como funciona a TAA?
A TAA funciona promovendo o suporte emocional e o conforto da presença de um animal calmo e companheiro a um paciente, com alguma condição física ou mental severa, que enfrenta altos níveis de estresse.
Os animais, cães, gatos ou cavalos são treinados especificamente para serem calmos e não reagirem a possíveis movimentos bruscos. Durante o período de interação entre o paciente e o animal (normalmente em sessões de 15 minutos), o paciente pode se distrair, liberar doses de endorfina (o hormônio do bem-estar), sentir relaxamento social e ainda existem registros de melhora no nível de colesterol em idosos que participam de TAAs.
Segundo estudos feitos pela Medical News Today, a aplicação de TAA pode reduzir significativamente, em questões psicológicas, os níveis de estresse, ansiedade e percepção de dor em pacientes de todas as idades observadas.
Já no âmbito da saúde física os pacientes que participam de TAA mostraram melhora em casos de insuficiência cardíaca, epilepsia, recuperação pós-operatória e até mesmo na dor relacionada ao tratamento de câncer.
Qualquer animal pode atuar na TAA?
A resposta curta para essa pergunta é: sim, qualquer animal pode atuar como terapeuta de TAA. No entanto, é preciso seguir uma série de regras e requisitos. Primeiro, o tutor do animal deve passar por palestras e cursos para obter o conhecimento necessário de como manejar o animal e dar suporte ao paciente durante as sessões.
Segundo, os animais devem ser adultos, castrados e vacinados, de acordo com todas as normas da medicina veterinária para a espécie. No caso de cães e cavalos, é preciso inscrever os animais em cursos preparatórios para TAA para o pet aprender comandos específicos que podem ser usados em cada sessão.
Os mais comuns são cães, gatos e cavalos, mas existem TAAs que utilizam aves, peixes ornamentais, tartarugas, cobras, iguanas, caprinos, vacas, lhamas, porquinhos-da-índia, etc. Existem diversas ONGs especializadas em cadastro e cursos de TAA para animais exóticos.
Foto: SeventyFour / iStock