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Temer sobre eventual cassação pelo TSE: “Não acontecerá”

Foto Beto Barata/ PR

BRASÍLIA – O presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira, 9, ter certeza de que a ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode cassar a chapa presidencial composta por ele como vice e pela ex-presidente Dilma Rousseff, eleita em 2014, não vai prosperar. "Não tenho nenhuma preocupação com isso", disse em entrevista à rádio Itatiaia.

O presidente criticou ainda segmentos da oposição e membros do PT, partido de Dilma, de tentar criminalizá-lo nesta ação. "Lamento porque nessa altura evidentemente a ex-presidente não poderá ser afastada. O que fazem aqueles que acham que ainda podem atingir a figura do vice-presidente? (..) Tentam jogar em cima do vice para ver se o vice é afastado pelo tribunal, mas isso não acontecerá."

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira diz que a defesa de Dilma envolveu o PMDB no processo. Segundo a matéria, os advogados da ex-presidente informaram ao TSE que uma doação de R$ 1 milhão da empreiteira Andrade Gutierrez para a chapa foi arrecadada pelo PMDB. Em setembro, em depoimento ao TSE, o ex-presidente da empreiteira, Otávio Marques Azevedo, afirmou que pagou R$ 1 milhão de propina à chapa Dilma-Temer. 

O presidente, no entanto, reafirmou a tese de que as contas das campanhas foram apresentadas de forma separada e disse que os recursos da construtora Andrade Gutierrez foram doados de forma espontânea pela empresa. "A empresa veio a nós durante a campanha e ofereceu colaboração espontaneamente. Não tem nenhuma preocupação com isso", afirmou.

Temer afirmou ainda que, se o Judiciário decidir e todos os recursos forem eventualmente interpostos, ele respeitará a decisão. "Eu sou extremamente obediente às instituições. Se um dia lá pra frente, quando todos os recursos forem eventualmente interpostos , se o Judiciário decidir no sentido negativo, eu obedeceria a decisão do Judiciário. Mas tenho a mais absoluta certeza, convicção de que isso não acontecerá", disse.

Cunha. Temer disse também que não tem preocupação com a possibilidade de uma delação premiada do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e de Marcelo Odebrecht, e o impacto que elas possam ter no governo. Segundo Temer, há a "maior tranquilidade" em relação a isso.

"Eu tenho dito e reafirmado que precisamos aprender no Brasil que há três poderes na República: O executivo, legislativo e o Judiciário", disse. "E o Judiciário está cuidando disso com muita adequação, muita segurança, de modo que não há porque preocupar-se em relação a isso no tocante ao governo", afirmou, em entrevista à rádio Itatiaia.

Temer rechaçou ainda as falas de que isso poder paralisar o governo. "O executivo tem as suas tarefas e não pode paralisar o País por causa disso", afirmou.

O presidente disse também que se "eventualmente" algum membro do governo ou do PMDB, venha a venha a ser incriminado "há um longo processo pela frente".

"Delação significa que alguém mencionou o nome de alguém. Quando alguém menciona o nome de outrem surge uma investigação na Polícia Federal, subsequente a essa investigação, se houver dados concretos, você manda ao Ministério Público para propor inquérito. Se continuar a investigação, quando vai ao inquérito, vamos supor que seja alguém com foro privilegiado, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceita ou não. Aí vem chamada denúncia, o Supremo vê se aceita ou não e ai começa o processo (…) é um longo processo", exemplificou.

Fonte: Estadão

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