A Justiça de Minas aceitou uma denúncia contra três taxistas suspeitos de agredir um casal em agosto de 2015, em Belo Horizonte. Agora, os motoristas são réus no processo por tentativa de homicídio. Ao G1, a assessoria da empresa informou que este é o primeiro caso levado à Justiça por este crime contra passageiro do aplicativo no país.
Na ocasião, o músico Marcel Telles e a mulher dele, a repórter da TV Globo e do canal por assinatura Sportv, Luciana Machado, foram agredidos pelo grupo no bairro União, na Região Nordeste de Belo Horizonte, após embarcar em um carro chamado pelo aplicativo Uber.
Conforme a jornalista Luciana Machado relatou à época, três taxistas cercaram o carro do Uber onde o casal estava. Os veículos foram usados para bloquear a passagem do outro carro. O músico levou socos e ficou com o rosto machucado. O casal registrou boletim de ocorrência na Polícia Militar (PM) e Telles foi submetido a exame de corpo de delito.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a denúncia, a que o G1 teve acesso, foi aceita no último dia 22 de agosto pelo juiz Maurício Leitão Linhares. No documento, os taxistas são acusados de tentativa de homicídio por motivo torpe, com emprego de asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Conforme a denúncia do Ministério Público, o crime foi por motivo torpe, porque os acusados cometeram o crime “pelo simples fato de a vítima, quando do ataque, estar fazendo uso do serviço Uber, preferindo a contratação de transporte por meio que não oferecido pelos acusados”, destaca o documento.
O músico Marcelo Telles disse que a sensação é uma mistura de apreensão e alívio."Passou um ano, não tinha acontecido nada. A sensação agora é que tem a oportunidade de acontecer alguma coisa com esses caras. Tomara que aconteca alguma coisa, que a Justiça seja feita, que esses caras sejam presos", disse. Apesar da agressão, Telles disse "eu não vou parar de usar o Uber de jeito nenhum".
A assessoria do TJMG informou que o processo está em fase de reunião de provas de autoria e materialidade do crime. Nessa fase, são colhidas evidências e testemunhas são ouvidas. Depois, a Justiça decide se os réus serão levados a júri popular.
O presidente do Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários, Taxistas e Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens de Minas Gerais (Sincavir-MG), Ricardo Faedda, disse que repudia qualquer ato de violência. Ele falou que, caso seja comprovado, as medidas cabíveis devem ser tomadas com direito de ampla defesa para os réus.
O G1 não conseguiu localizar a defesa dos acusados.
Outro crime
Na noite desta segunda-feira, um motorista do Uber foi esfaqueado na Avenida Cristiano Machado, no bairro União, na Região Nordeste de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar (PM), dois taxistas foram presos suspeitos de participar do crime.
Ainda segundo a corporação, o motorista de táxi que teria esfaqueado o homem não foi localizado. “A vítima nos falou que os dois que ela identificou seria um que teria segurado e uma outra que teria agredido com soco, com chute”, contou o capitão Luciano Barbosa. A Polícia Civil informou que o crime será investigado pela delegada Adriana Rosa.
O pai da vítima, um guarda municipal, contou que o carro do filho foi amassado, riscado e teve o retrovisor arrancado. O motorista foi levado para o Hospital de Pronto Socorro João XXIII, de acordo com a polícia. A assessoria da unidade de saúde disse que a vítima estava consciente e estável.
Fonte: G1