A nova tarifa de 50% que os Estados Unidos devem aplicar sobre produtos brasileiros preocupa setores econômicos de Mato Grosso. O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, alertou que o comércio será duplamente impactado: tanto pela queda nas vendas quanto pela redução da geração de emprego e renda.
A medida, que começa a valer em 6 de agosto, reflete uma política protecionista semelhante à adotada por Donald Trump. Municípios como Chapada dos Guimarães, Vila Bela da Santíssima Trindade e Juína podem ser diretamente afetados, pois têm os EUA como principal destino de suas exportações.
A Fecomércio-MT chama a atenção para a dependência econômica de diversas cidades em relação às exportações. Mesmo com a exclusão de quase 700 produtos da tarifa de 40%, setores como a carne bovina ainda correm riscos – Mirassol d’Oeste e Paranatinga, por exemplo, exportaram 75,61% desse item aos norte-americanos em 2024.
Além dos efeitos diretos sobre a balança comercial mato-grossense, a medida americana pode atingir o Brasil como um todo. Os EUA representam apenas 1,1% das exportações de MT, mas 14,64% das importações do estado, o que demonstra sua importância para o abastecimento local e integração produtiva.
Diante desse cenário, a Fecomércio-MT defende uma ação diplomática mais incisiva do governo brasileiro para evitar prejuízos econômicos. O ouro, a carne, a soja e os ovos estão entre os produtos mais vendidos aos norte-americanos, e qualquer impacto negativo nessas áreas compromete a geração de riquezas no estado.