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Taxa trimestral de desemprego sobe para 7,4%

A taxa de desemprego ficou em 7,4% no trimestre encerrado em fevereiro de 2015, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O período considera os dados de dezembro de 2014 e janeiro e fevereiro de 2015.
A taxa é a maior desde o período de março a maio de 2013.

No mesmo trimestre do ano anterior, a desocupação havia ficado em 6,8%. O índice também ficou acima do registrado no trimestre encerrado em novembro de 2014 (6,5%).

“A pressão do mercado para o lado da procura está muito mais forte, e o que aconteceu? A taxa tem esse salto. Em um ano, a taxa subiu de 6,8% para 7,4%. Num período recente, a taxa de desocupação se mostra em elevação. E isso é sazonal, é comum acontecer, a taxa de desocupação subir em janeiro, fevereiro e março”, disse Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que substituirá a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e passa agora a ser divulgada mensalmente. A Pnad abrange 70.464 municípios.

No período de dezembro a fevereiro, o IBGE estimou que havia 7,4 milhões de pessoas desocupadas no país. No trimestre anterior, de setembro a novembro, o número era menor, de  6,5 milhões.

Já o número de ocupados foi estimado em 92,3 milhões. No confronto com o trimestre de setembro a novembro, esse número teve redução de 0,4%.
“O número de pessoas que estão fora da força de trabalho aumentou. Então, cresce a população ocupada, a desocupada e está crescendo também a população fora da força… A desocupação pode ser ainda mais do que ela é, porque ela pode estar por trás dessa população. É uma população que a gente tem que entender por que ela está desalentada”, afirmou Cimar Azeredo, que acrescentou que, a partir do dia 7 de maio, a Pnad terá divulgação completa.

A força de trabalho, segundo o IBGE, é composta por pessoas ocupadas e as desocupadas, que estão em busca de emprego. Fora da força estão as pessoas com 14 anos ou mais que não procuram trabalho.

O indicador de desemprego de fevereiro calculado pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e divulgado no final do mês anterior ficou em 5,9%.

"No período mais curto, você já consegue ver claramente [que o mercado está desacelerado], embora nós estivéssemos trabalhando com trimestres móveis (…) comparando com o que foi divulgado com fevereiro, que foi divulgado em janeiro, já mostra uma desaceleração, uma queda na população ocupada, e essa queda acaba atuando principalmente na massa de rendimento, ou seja, o total de dinheiro circulando no mercado em função de renda de trabalho, ele está menor. E está menor não porque caiu o rendimento, está menor porque o número de pessoas ocupadas está menor”, concluiu.

Salários

O rendimento médio real chegou a R$ 1.817 – valor 1,1% acima do registrado no trimestre encerrado em fevereiro do ano anterior (R$ 1.798). Frente ao trimestre encerrado em novembro, o aumento foi de 1,3%.

A massa de rendimento real recebida em todos os trabalhos cresceu 2,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e atingiu R$ 162 bilhões. Em relação ao trimestre encerrado em novembro, o aumento foi de 0,7%.

“A gente tem nesse período uma presença, uma saída nos meses de janeiro e fevereiro do trabalhador temporário. Ele ganha menos, e quando ele sai do mercado, isso pode estar influenciando”, disse Azeredo.

"Outro ponto que pode estar acontecendo é uma perda de pessoas de baixa renda. E essa população saindo do mercado, faz a renda subir. Então, você tem perda de postos de trabalho, mais perda de pessoa de baixa renda, e isso estaria afetando o rendimento.”

Nível de ocupação
Segundo o IBGE, o nível de ocupação foi estimado em 56,4%, apresentando retração de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2014. Em um ano, o nível caiu 0,6 ponto percentual. O nível de ocupação é a proporção entre pessoas ocupadas e pessoas com idade de trabalhar (14 anos ou mais).

“O nível de ocupação tem esse feito da queda e é simplesmente por isso: está entrando mais gente no mercado do que está entrando gente ocupada. Geração de posto de trabalho está aquém do crescimento vegetativo. Ou seja, a cidade está ficando com mais população, mas o número de pessoas trabalhando nela não está crescendo no mesmo ritmo”.

De acordo com Cimar Azeredo, foram gerados, em um ano, 818 mil postos de trabalho. No trimestre terminado em fevereiro, foram 92.305.

Fonte: G1

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