A taxa de analfabetismo entre brasileiros com 15 anos ou mais caiu pelo quarto ano consecutivo, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na manhã desta sexta-feira (25). O índice foi estimado em 8% da população (12,9 milhões de pessoas). Em 2014, ele ficou em 8,3%; em 2013, a taxa era de 8,5% e, em 2012, era de 8,7%.
Em todas as regiões do país a taxa de analfabetismo caiu, com exceção da Região Norte, onde ela avançou de 9% para 9,1%, depois de quatro quedas seguidas. De acordo com os dados divulgados nesta sexta, a Região Nordeste continua registrando a taxa mais alta de analfabetismo no país. O índice ficou em 16,2% nos estados nordestinos, ante 16,6% na edição anterior da pesquisa.
A Pnad aponta que a taxa de analfabetismo varia conforme a idade dos adultos. Entre os jovens de 15 a 19 anos, a taxa registrada foi de 0,8%; já entre as pessoas com 60 anos ou mais, o índice de analfabetismo sob para 22,3%, segundo as estimativas de 2015. Isso quer dizer que pelo menos um a cada cinco idosos brasileiros não sabem ler nem escrever.
Analfabetismo funcional
A taxa de brasileiros considerados analfabetos funcionais – ou seja, que têm 15 anos ou mais de idade, mas tiveram menos de quatro anos de estudo formal, caiu de 17,6% em 2014 para 17,1% em 2015. Nesse caso, o índice caiu em todas as regiões, e a Região Nordeste é, mais uma vez, a que registrou a taxa mais alta (26,6%, contra 27,1% no ano anterior).
Entre 2004 e 2015, os dados registram um crescimento de 20% na escolaridade média dos brasileiros de 10 anos ou mais: em 2004, o número médio de anos de estudo das pessoas nessa faixa etária era de 6,5. Em 2015, essa média subiu para 7,8 anos. A Região Sudeste é a que tem a maior média de anos de estudo (8,5), seguida pelo Sul (8,3), o Centro-Oeste (8,2), o Norte (7,3) e o Nordeste (6,7).
Escolaridade
Considerando a população com 25 anos ou mais de idade, o Brasil registrou um ligeiro aumento no número de pessoas com diploma, e uma pequena redução no número de pessoas com ciclos de ensino incompletos. O número de pessoas sem instrução ou com menos de um ano de estudo caiu de 11,7% para 11,1%; o de pessoas com ensino fundamental incompleto caiu de 32% para 31,3%. Já a taxa de pessoas com ensino médio incompleto era de 4,2% em 2014 e foi de 4,1% em 2015; e o número de pessoas com ensino superior incompleto mudou de 3,9% para 3,8%.
Por outro lado, o número de brasileiros com 25 anos ou mais com ensino fundamental completo mudou de 9,5% para 9,6%; o de pessoas com ensino médio completo foi de 25,5% para 26,4%, e a população com diploma do ensino superior foi de 13,1% para 13,5%.
Frequência escolar
Entre as crianças e adolescentes em idade escolar, a Pnad mostrou que, depois de três anos de estagnação, voltou a crescer ligeiramente a taxa de escolarização da população de 15 a 17 anos. A taxa foi de 84,2% em 2012, 84,3% em 2013 e 84,3% em 2014. Em 2015, ela foi para 85%.
Já entre as crianças de 4 e 5 anos, a taxa de escolarização avançou de 82,7% para 84,3% entre a Pnad 2014 e a Pnad 2015.
De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), os estados e municípios deveriam garantir, até o final de 2016, que 100% das crianças e adolescentes dessas duas faixas etárias estejam matriculados na escola. Porém, o governo federal já anunciou que não será possível cumprir essa meta.
Em relação às crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização pouco mudou: era de 98,5% em 2014 e foi para 98,6% em 2015.
Rede pública x rede privada
Os dados da pesquisa do IBGE divulgados nesta sexta mostram que três quartos dos estudantes com quatro anos ou mais de idade estão matriculados na rede pública de ensino. O número é mais alto no ensino básico: do total da população matriculada na escola, 85,3% dos alunos do ensino fundamental estudam em escolas públicas; o mesmo vale para 88,1% dos estudantes do ensino médio.
Fonte: G1