O que antes era visto com maus olhos pela sociedade, hoje é cada vez mais comum no corpo das pessoas. As tatuagens, mais que um item da ‘moda’, se definem com um significado importante para quem se propõe a fazer. E com a evolução das pigmentações ao lado da criatividade, os conceitos pairam no ar e invadem os estúdios da capital.
Seja ‘watercollor’, maori, Black n’ White, pontilhado, entre outros, diversos estilos inspiram apreciadores desta arte a marcarem para sempre a pele. Com isso, tatuadores se especializam nestas diferentes frentes para atender a clientela da região.
Jean Siqueira, tatuador há 10 anos na capital, especializou- se na arte Black n’ White (Preto e Cinza) e no realismo. Para ele, mesmo que seja difícil trabalhar com um único conceito na cidade, sua opção é se aprofundar nesta concepção, mas sem fechar as portas para outras formas e desenhos.
“As pessoas me conhecem mais por este estilo de tatuagem, mas já fiz diversas outros. Sempre vêm clientes que querem fazer um tipo diferente de tatuagem, por meio de recomendação de outras, que também fiz de um desenho diferente. Mas prefiro e gosto muito destes conceitos que escolhi”.
O tatuador Maiko Pinguim, que está há cinco anos no mercado, disse que procura se reciclar ao máximo para atender a demanda do estúdio. “Bastante gente procura [tatuagens conceituais]. Como vira tendência e moda no mundo afora, as pessoas acabam procurando mais. Então, eu, como profissional, busco atender o que é a tendência. Mas procuro fazer todos os estilos e todos os tipos de conceito”.
Para ele, não dá para se basear em um único conceito, no entanto, dá para adaptar um desenho de acordo com a experiência e a linha na qual o tatuador pesquisa e se adequa. “Eu não gosto de me basear em um só. Às vezes as pessoas trazem uma imagem de um dragão tradicional e pedem para fazer igual. Eu não faço isso. Posso fazer um desenho muito parecido, mas com diferentes tipos de traços, a pigmentação é mais trabalhada, além de outras coisas. E muitos clientes aceitam desta forma”.
Já o tatuador Ibraim Abreu Bezerra analisa que não tem como viver de um único estilo aqui em Cuiabá, devido à falta de demanda e também pelo fato de as pessoas serem um tanto mais tradicionais, até neste quesito. “Infelizmente em Cuiabá, se você for viver em apenas um estilo só de tatuagem, você não vai ter tanto público e não vai ter condições de manter o estúdio, porque é muito caro. E para se especificar em um estilo só, você abre mão de muita grana. Eu gosto de preto e cinza e realismo, mas é difícil arrumar público só para isso. Aqui sai mais o comercial”.
No entanto, mesmo que o desenho parta de uma linha convencional, Ibraim tenta adicionar alguns itens na tatuagem para que ela apresente uma proposta diferente das demais. “Eu sigo a linha da criatividade. Eu gosto de ver o desenho, entender o que o cliente gosta e saber os itens que eu posso estar adicionando na tatuagem, até mesmo para aumentar os detalhes e também dar o diferencial, que é o que não se vê hoje em dia”.