Foto José Medeiros/ GCom
O governador Pedro Taques (PSDB) se reuniu com 17, dos 19, deputados da base aliada do Governo e secretários para tratar sobre os repasses em atraso na saúde em Mato Grosso. No encontro, o chefe do Paiaguás apresentou aos parlamentares sugestões para um pacote de medidas emergenciais e assumiu uma dívida de R$ 162 milhões relativos aos repasses aos hospitais regionais.
A reunião foi uma ação premeditada para conter os ânimos mais exaltados dos parlamentares que nas últimas sessões ordinárias na Assembleia Legislativa não pouparam críticas ao Executivo.
De acordo com a assessoria do Governo, as medidas visam, no curto prazo, garantir especialmente o restabelecimento do pleno funcionamento dos sete hospitais regionais existentes no Estado, e também os repasses obrigatórios e voluntários para a atenção básica, em parceria com os municípios.
As medidas, de acordo com o Governo, vão exigir mudanças na legislação e a participação de todos os poderes. Por esta razão, todos os setores envolvidos serão contatados a partir desta quarta-feira (24). A meta de Taques é anunciar nesta quinta-feira (25) as medidas que serão tomadas.
O secretário de Saúde, Luiz Soares, que assumiu a pasta há cerca de 60 dias, foi quem revelou um passivo de R$ 162 milhões aos hospitais regionais. De acordo com o governador, a meta é zerar esse passivo até a primeira quinzena de junho.
O passivo junto aos municípios, relativo aos exercícios anteriores, é de R$ 33 milhões, que também serão equacionados na proposta a ser apresentada pelo Governo.
“A saúde sempre foi nossa prioridade, mas estamos diante de uma situação de queda de arrecadação em função da crise econômica e política do país. Neste caso, temos que fazer escolhas difíceis. Para por as contas da saúde em dia, precisaremos cortar outras áreas do Governo. Estamos tentando fazer isso sem comprometer outros serviços essenciais e os investimentos. Porém cortaremos de onde for necessário para investir mais na saúde", salientou o governador.
Receita prejudicada
De acordo com a equipe econômica, apenas no primeiro quadrimestre de 2017 o Estado sofreu uma frustração de receita da ordem de R$ 250 milhões. "Apresentamos alternativas de soluções aos deputados e obtivemos apoio total da nossa bancada para resolver o problema da saúde a curto, médio e longo prazos”, afirmou o governador após a reunião.
O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (PSB), observou que o problema é grave e não é responsabilidade única e exclusiva do Poder Executivo. “O problema é de Mato Grosso, deriva da crise econômica, e por isso é problema de todos nós”, disse.
Já o líder do Governo na Assembleia, Dilmar Dal Bosco (DEM), garantiu ao governador que todos os deputados vão “respaldar as medidas que se fizerem necessárias para resolver esse grande problema que afeta toda a população, independentemente de classe social”.
A reportagem entrou em contato com deputados presentes mais até o fechamento desta matéria nenhuma ligação havia tido retorno.
Sessão na Assembleia
Nas últimas sessões na Assembleia Legislativa deputados da base e oposição engrossaram o coro e pediram atitude do Executivo para a regularização dos repasses da saúde
Quem levantou a temática foi o deputado Valdir Barranco (PT), na sessão de terça-feira (23), classificando como “calamitosa” a situação da saúde em Mato Grosso. A partir daí, deputados da oposição e da base governista se posicionaram também exigindo atendimento das demandas do hospital reclamante e demais unidades de saúde sob a responsabilidade do Executivo estadual.
Os deputados Mauro Savi (PSB) e Zé Domingos Fraga (PSD), ambos da região de Sorriso, sendo o último ex-prefeito do município por três mandatos, manifestaram sentir desconforto na cidade, pois são cobrados por melhorias no hospital.
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