Política

Taques pede que Mauro Zaque seja afastado do caso dos grampos clandestinos

O governador Pedro Taques pediu impedimento do ex-secretário de Segurança Pública, promotor Mauro Zaque, de investiga-lo em procedimentos no Ministério Público do Estado (MPE). O pedido foi entregue no dia 1º deste mês ao procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo, com a justificativa de que Zaque tem demonstrado “escancarada animosidade” contra Taques. O pedido se estende a todos os atuais secretários de Estado.

“O objeto do presente requerimento é o reconhecimento de impedimento e/ou, subsidiariamente, suspeição dele para conduzir investigações (como inquéritos civis públicos), processar, manifestar-se, ou de qualquer modo atuar, em todos os processos administrativos e judiciais nos quais figurem como parte ou interessado o Requerente e os secretários de Estado, garantindo-se, assim, a isenção, a legitimidade e a própria imagem deste Ministério Público”.

Zaque foi secretário de Segurança Pública de janeiro a dezembro de 2015, e a relação dele com o governador entrou em crise no início do ano com escândalo de grampos telefônicos, que rastreavam ligações de políticos, empresários e jornalistas.

O promotor afirma que Pedro Taques sabia do funcionamento da central, supostamente coordenada pela Polícia Militar de dentro do Palácio Paiaguás, desde a descoberta, em 2014, no entanto, não teria tomado medidas para desmontar o grupo clandestino.

Devido à crise dos grampos, Taques afirma no pedido de suspeição que Zaque agido “sem qualquer apuração” de fatos e feito “severas críticas” por meio de “atos diretos e indiretos” que repercutem na equipe do governo.

“Tudo se tornou mais claro, incialmente, quando o excelentíssimo promotor de Justiça, ex-secretário de Estado de Segurança Pública, sem qualquer apuração a respeito dos fatos subjacentes e circundantes à hipótese, lançou severas denúncias e críticas ao Requerente ao governo, imputando-os as pechas de inertes, coniventes, condescendentes com práticas criminosas (prevaricação) consistentes em gravações ilegais, sem autorização da autoridade judicial – ‘arapongagem’”.

Segundo Taques, a denúncia pelo promotor de Justiça foi feita com base em número de protocolo “inconsistente”, uma decisão que “mancha” a postura do promotor.

No dia 4 de agosto, em decisão da prisão preventivamente, o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), Orlando Perri, afirmou que o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, participou diretamente na adulteração do protocolo que anunciava a denúncia sobre o esquema de esquema de interceptações telefônicas ilegais operadas por policiais militares, no Palácio Paiaguás.

Ao argumentar os motivos que levaram a determinação da medida, o desembargador considerou “imprescindível” a prisão de Paulo Taques para evitar a destruição de provas que incriminariam o grupo criminoso, uma vez que ele teria fraudado tal documento através do sistema de protocolo da Casa Civil.

A reportagem ligou para telefone do promotor Mauro Zaque hoje (8), mas as chamadas caíram na secretária eletrônica.

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