O subtenente Lewdo Bezerra, suspeito de matar o filho de nove anos e tentar assassinar a mulher com tranquilizantes na madrugada desta terça-feira (11), deixou uma mensagem em uma rede social dizendo que havia colocado medicamentos na bebida dela.
Na página no Facebook, o militar diz: "Ta vendo essa mulher linda me pediu o divórcio. (…) Temos 2 filhos especiais vou levar um comigo obriguei ela a beber vinho com seus tranquilizantes p dormir e n vê o q vou fazer (sic)", disse. Em seguida, o subtenente pede perdão por matar o próprio filho. "Me perdoem família mas a carga ta grande demas e n aguento mais sfrer calado vendo essa mulher se anular a 10 ans (sic)", afirmou.
No fim do depoimento, o subtenente pede para amigos ajudarem a socorrer o filho que, segundo ele, já estaria sob o efeito dos medicamentos.
"Vou postar qdo já n tiver mais jeito eu a machuquei muto eu enlouqueci. era p eu ciudar dela (…) quem vê essa postagem vejam se aida a jeito de s salvalva- la. Ela ta dopada. socorro. Meu filho pequeno acorda cedo, espero alguém vê essa msgm a tempo de salvar ela (….) ", diz a mensagem.
O diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Jairo Façanha Pequeno, informou ao G1 que a mensagem deixada pelo subtenente na rede social já está sendo analisada pela polícia. "Nós já pegamos o que ele escreveu no Facebook. Vamos estudar agora o motivo que o levou a praticar o crime. Não está descartado o crime passional", afirmou o delegado.
Jairo Pequeno disse ainda que a declaração do subtenente no Facebook consta em relatório encaminhado ao 16º Distrito Policial, no Bairro Dias Macêdo. "Fizemos um relatório e encaminhamos para o delegado Wilder Brito que junto com a gente vai estudar o caso. Vamos tentar resolver tudo o mais rápido possível", disse.
A vizinha que do casal que preferiu não se identificar falou do crime. “Eu ouvi ela gritando dizendo que o filho estava morto. Era o que a gente escutava. Foi por volta das 2h da madrugada. Escutei também um barulho e quando sai aqui fora tinha carros de polícia perícia. Aí tive acesso dentro da casa. Vi a mulher sai de dentro dela. Vi a ambulância saindo com o corpo do sargento. Tinha muito medicamento com tarja preta. O que chamou atenção que tinha vinho em cima da pia da cozinha”, disse.
Em depoimento aos policiais na delegacia, a esposa disse que foi agredida e depois obrigada a tomar comprimidos tarja preta com vinho. Depois o sargento obrigou o filho a tomar os remédios. A esposa do sargento falou também que desconhece as razões do crime. Outro filho do casal de cinco anos não tomou os remédios.
O subtenente continua em coma, em estado grave. Um novo boletim sobre o estado de saúde dele deve sair na tarde desta quarta-feira.
Crime
O subtenente do Exército Brasileiro de 45 anos é suspeito de usar medicamentos no assassinato do filho e na tentativa de matar a esposa. Ele também tentou se matar. O caso ocorreu na madrugada desta terça-feira (11), no Conjunto Napoleão Viana, no Bairro Dias Macêdo, em Fortaleza.
O filho não resistiu à medicação e morreu na madrugada. O subtenente está internado em estado grave no Hospital Geral Militar, no Bairro Aldeota, na capital, sob escolta policial. Ele foi autuado por homicídio, lesão corporal e por violência doméstica com base na Lei Maria da Penha.
O caso foi registrado no 11º Distrito Policial (Pan Americano), mas foi encaminhado no fim da tarde de terça-feira ao 16º Distrito Policial (Dias Macêdo), que irá investigar o crime.
G1