Oito pessoas morreram e uma ficou ferida na chacina na Bahia (Foto: Taísa Moura / TV Santa Cruz)
Um suspeito de envolvimento na chacina em que oito jovens morreram, sendo quatro filhos de policiais, em Porto Seguro, no sul da Bahia, no dia 5 de fevereiro, foi preso pela polícia na segunda-feira (13). As informações foram passadas ao G1 nesta terça-feira (14) pelo delegado Moisés Damasceno, coordenador regional da Polícia Civil. Ele não deu mais detalhes sobre a prisão e sobre o envolvimento do suspeito no crime.
Um dos sobreviventes da chacina contou que um dos suspeitos falou que eles não tinham mais balas para atirar, o que aponta que a chacina só não foi maior porque a munição dos criminosos acabou.
Segundo a Polícia Civil, as vítimas foram mortas após voltarem de uma festa "paredão", que ocorreu na orla de Porto Seguro, na noite do domingo. O delegado Moisés Damasceno informou que os jovens teriam se envolvido em uma discussão no evento, mas que a briga não teria relação com o crime.
O delegado ainda disse que os suspeitos de terem participado do crime têm envolvimento em uma outra chacina, ocorrida há dois anos e meio, quando seis pessoas foram morta.
Investigações
Conforme informações da polícia, os jovens estavam em uma casa no bairro de Porto Alegre I, quando foram surpreendidos por homens fortemente armados, que chegaram ao local, atiraram neles e depois fugiram.
Além do jovem que está internado em Porto Seguro, dois homens e todas as mulheres que estavam no imóvel no momento do ataque sobreviveram.
Segundo a Polícia Civil, os bandidos responsáveis pela chacina se passaram por policiais ao chegarem ao local do crime. Os homens estavam encapuzados, usavam roupa de camuflagem, coletes balísticos e armas de grosso calibre. As informações foram passadas à polícia durante depoimento dos sobreviventes do atentado, que começaram a ser ouvidos ainda na segunda-feira. Vizinhos da casa onde o ataque aconteceu também prestaram depoimento.
A motivação do crime segue sob investigação. “A gente vai atuar com todo empenho possível para identificar a autoria, identificar a motivação, e descartar ou não se isso tem relação com o fato dessas vítimas serem filhos de policiais”, explicou Moisés Damasceno.
Ainda de acordo com o delegado, nenhuma das vítimas tinha passagem pela polícia. "Nada pesa sobre a conduta de nenhuma das vítimas, então é um fato que precisa ser investigado por todas as linhas”, disse o coordenador regional.
De acordo com a PM, os criminosos chegaram ao local a bordo de uma caminhonete Ranger de cor vermelha e efetuaram vários disparos. Três corpos foram encontrados do lado de fora da casa, e outros cinco dentro do imóvel.
O veículo usado pelos bandidos foi encontrado por policiais e levado para o pátio da delegacia. Segundo informações da polícia, o automóvel havia sido roubado horas antes. No local do crime foram encontradas cápsulas de fuzil calibre 556, segundo a polícia.
Fonte: G1