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Suspeito de acender rojão que matou cinegrafista é preso na BA

 
Segundo o advogado Jonas Tadeu, que representa Souza, o jovem estava indo para a casa do avô no Ceará, foi convencido a interromper a viagem e desceu do ônibus em Feira de Santana. Em entrevista à "TV Globo", Tadeu afirmou não considerar que houve uma fuga e, sim, uma apresentação.  
 
"Não participam de grupo nenhum [Black Blocks]. É um jovem miserável financeiramente, de baixo discernimento, com ideais de uma sociedade melhor. São jovens aliciados, manipulados. Esses jovens foram municiados. Aquele rojão que matou, infelizmente, o cinegrafista foi entregue por quem indiretamente alicia esses jovens", afirmou o advogado. Ele disse não poder dizer, porém, quem são os aliciadores por sigilo profissional.
 
O advogado disse ainda que Souza não sabia que o explosivo era um rojão. Ele acreditava se tratar de um "cabeção de nego", tipo de artefato que gera barulho, mas sem poder destruição.
 
O delegado responsável pelas investigações, Maurício Luciano, da 17ª DP (São Cristóvão), afirmou que o suspeito estava acuado quando foi encontrado no hotel. Souza será interrogado quando chegar ao Rio.
 
Hergleidson afirmou que o jovem não resistiu à prisão, que ocorreu por volta das 2h (3h no horário de Brasília). O advogado do jovem acompanhou a operação. Souza segue em avião para o Rio nesta manhã, onde deve chegar por volta das 9h.
 
Souza estava foragido desde segunda-feira (10), quando a Justiça do Rio ordenou sua prisão temporária por 30 dias. Ele foi reconhecido através de fotos pelo tatuador Fábio Raposo, acusado de entregar o rojão. 
 
Mais cedo, a Polícia Civil do Rio havia divulgado uma nova foto de Souza. O jovem tem duas passagens por tráfico de drogas nas delegacias de Mesquita (53ª DP) e de Comendador Soares (56ª DP).
 
Souza não foi indiciado porque os inquéritos abertos nos dois distritos não confirmaram as suspeitas envolvendo o jovem. Além das passagens por tráfico, ele teve seu nome citado em outros dois boletins de ocorrência, ambos registrados após manifestações no Rio.
 
Em um deles, Souza é suspeito de ter cometido crime de menor potencial ofensivo –a Polícia Civil não deu detalhes sobre a ocorrência. Já no segundo boletim, o jovem é citado como vítima de agressão.
 
Souza trabalha no hospital estadual Rocha Faria, em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde, mas não é funcionário público, e sim contratado de uma empresa terceirizada.
 
A função dele na unidade é auxiliar de serviços gerais. O nome da empresa com a qual o suspeito teria o vínculo empregatício não foi divulgado pela secretaria.
 
Morte do cinegrafista
 
Após quatro dias internado no CTI (Centro de Tratamento Intensivo), Santiago teve morte encefálica na manhã de segunda-feira (10), no Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio. Mesmo após a neurocirurgia para estancar o sangramento e estabilizar a pressão intracraniana, ele ficou com mais de 90% do cérebro sem irrigação sanguínea. Na tarde de segunda-feira, a família doou os órgãos, conforme pedido prévio do cinegrafista.
 
Santiago será cremado na próxima quinta-feira (13), no cemitério do Caju, na zona norte fluminense. O velório ocorrerá das 7h até as 11h, e será aberto para profissionais de imprensa, amigos e público em geral. A partir das 11h, a cerimônia será fechada para a família do cinegrafista. A cremação acontecerá ao meio-dia.
 
Colegas da Band afirmaram que o clima na empresa era de tristeza e revolta. Amigo de Andrade desde que ele começou na emissora, em julho de 2004, um funcionário que preferiu não se identificar contou que o cinegrafista estava em outra cobertura e foi escalado para filmar a manifestação depois do seu horário.
 
Acompanhado por uma repórter que foi buscar o carro quando Andrade foi atingido, a equipe ficaria poucos minutos no local. "Eles foram gravar algumas imagens. Ele estava completamente sozinho e não tinha como se defender. Se estivesse com um auxiliar de câmera, talvez a tragédia não tivesse acontecido, porque daria tempo de avisado", disse.
 
Uol

Redação

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