Economia

Startup cresce 150% por ano ajudando empresas a lidar com a burocracia

A pandemia do novo coronavírus acelerou o processo de digitalização de cartórios e órgãos públicos. Para que os processos seguissem, foi necessário um ajuste rápido na burocracia brasileira. Um exemplo é o Projeto de Lei de Conversão 32/2020, que desburocratiza as assinaturas eletrônicas de documentos, aprovado pelo Senado no dia 1º de setembro e que aguarda análise do Poder Executivo. Nesse contexto de digitalização, empresas de inovação se destacam. Uma delas é startup Docket, fundada em 2016, que ajuda a reduzir o tempo que companhias gastam lidando com burocracia.

A startup foi criada pelos empreendedores Pedro Roso, Rodrigo Lopes e Flávio Castaldi para facilitar a obtenção de documentos para grandes empresas. Os sócios, trabalhando em multinacionais, perceberam que o processo de busca por documentos em órgãos públicos era feito de forma pouco tecnológica e levava muito tempo, o que atrasava operações de crédito, fusões e aquisições e investimentos. Juntos, decidiram desenvolver um software capaz de intermediar a obtenção de documentos e fazer a gestão deles. Inicialmente, o produto foi pensado para empresas do setores financeiro, agrícola e da construção civil.

Como funciona

“O produto é um shopping de documentos. Nos conectamos com prefeituras, tribunais, cartórios, Ministério Público, Ibama e reduzimos em até 80% o tempo de obtenção de documentos”, afirma o presidente, Pedro Roso. O software é oferecido em um modelo de assinatura mensal. O custo depende do volume de documentos que a empresa cliente precisa acessar e guardar por mês. Os planos mensais variam entre 4.000 e 150.000 reais.

Em 2020, a Docket lançou um segundo produto para monitorar o estado de alvarás, licenças e documentos regulatórios. O sistema emite alertas de vencimentos e pendências, gerando relatórios mensais para a empresa cliente. Os clientes só precisam informar quais os CNJPs que precisam ser monitorados. O plano básico, que permite acompanhar até nove empresas, custa 800 reais por mês.

Com os dois produtos, a startup já acumula mais de 100 clientes em 20 setores da economia, a maioria grandes companhias como Direcional Engenharia, Inter Construtora e Banco Cargill. Em 2019, a startup terminou o ano com conexões em mais de 4.000 municípios brasileiros e acessando, em média, 10.000 órgãos públicos por mês. Por ano, a empresa cresce 150%.

Prioridades e planos

A pandemia trouxe muita incerteza para o negócio. No primeiro mês, a startup decidiu reduzir em 5% o quadro de funcionários para preservar o caixa enquanto entendia como a crise a afetaria, ficando com 140 funcionários. Os primeiros meses de crise acabaram dando resultados melhores do que o esperado. Nenhum cliente deixou de usar os serviços e o negócio conseguiu crescer 10% no segundo trimestre em relação ao primeiro de 2020. Agora, para o segundo semestre, os sócios planejam crescer 100% em relação ao mesmo período de 2019 — crescimento que deve ser impulsionado pelo novo produto.

“Em uma crise como essa, nossas prioridades foram primeiro as pessoas da nossa equipe. Depois, olhamos para dentro para garantir que a estratégia do negócio estava ajustada ao momento. Em terceiro lugar, nos voltamos para fora, para tentar entender como mercado foi transformado e para onde devemos ir”, diz Roso.

O empreendedor está confiante de que a Docket está indo pelo caminho certo. A longo prazo, a startup espera ser uma one stop shop, que consegue oferecer para empresas de qualquer indústria todas as soluções necessárias para busca, gestão e análise de documentos no Brasil.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26