A obra “Sexo e Poder” do sociólogo sueco Göran Therborn é uma proposta bem-sucedida de comparar as mudanças nos principais sistemas familiares ocorridas entre 1900 e 2000, com a análise do patriarcado, do casamento, da fecundidade e controle.
Aqueles que leem o livro são convidados a verificar uma imensidade de informações de várias naturezas, tais como a jurídica, política, histórica, antropológica e demográfica, sempre com base em literaturas especializadas e com diversas de fontes de dados.
No patriarcado os direitos entre pais e filhos, homens e mulheres são analisados, e para Therborn o patriarcado foi o grande perdedor do século XX, começando sua queda nos países escandinavos com o reconhecimento das mulheres e crianças a partir de 1910.
Já no caso do casamento na regulação do comportamento sexual e dos vínculos sexuais o autor traz como conclusão uma perspectiva mundial de ser ainda o matrimônio uma instituição dominante na relação socioafetiva, com a verificação de que na América Latina e Europa Ocidental ocorrem mais casamentos do que há 150 anos.
Na abordagem referente a fecundidade e controle é tratado como num padrão de família pequena e nuclear, algo restrito a França e Estados Unidos, no início do século XX passa a ser disseminado pelo mundo no decorrer deste século, com a queda na fertilidade de 4,9 filhos na década de 1960 para 2,7 filhos no final do século XX.
O livro era para ser terminado até o centenário do estado australiano em 2001, pois o projeto era desenvolvido com a Universidade Nacional Australiana, mas a complexidade do estudo e pesquisa fizeram com que viesse pelo menos cinco anos após. Mas o atraso pode ser perdoado, tendo em vista a grandiosidade da organização de tanta informação sobre um tema amplíssimo.
Sexo e Poder: a família no mundo, 1900-2000
Göran Therborn com tradução de Elisabete Dória
São Paulo: Contexto, 2006