Economia

Setor público consolidado tem déficit primário de R$ 13 bi em agosto

O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 13,448 bilhões em agosto, informou o Banco Central. Em julho, houve déficit de R$ 2,763 bilhões.

O resultado primário consolidado do mês passado ficou perto do teto do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 19,800 bilhões a déficit de R$ 13,019 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 17,403 bilhões.

O resultado fiscal de agosto foi composto por um déficit de R$ 16,459 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 2,657 bilhões no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 2,269 bilhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 388 milhões. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 355 milhões.

A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 132,0 bilhões para 2019. No caso do governo central, a meta é um déficit de R$ 139,0 bilhões.

No ano
As contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 21,950 bilhões no ano até agosto, o equivalente a 0,47% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.

O resultado fiscal no ano até agosto ocorreu em função do déficit de R$ 42,535 bilhões do Governo Central (0,90% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 19,815 bilhões (0,42% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 17,713 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 2,102 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 770 milhões no período.

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, comentou que o déficit primário registrado em agosto significa que permanece a trajetória de redução dos saldos negativos em relação ao ano passado.

Em agosto de 2018, o déficit primário do setor público consolidado havia sido de R$ 16,876 bilhões. Rocha destacou ainda que o déficit primário acumulado no ano foi o menor rombo para o período desde 2015.

12 meses
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 95 508 bilhões em 12 meses até agosto, o equivalente a 1,36% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.

A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 132,0 bilhões para 2019.

O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em agosto pode ser atribuído ao rombo de R$ 106,457 bilhões do Governo Central (1 51% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 8,558 bilhões (0,12% do PIB) em 12 meses até agosto. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 10,176 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 1,618 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 2,391 bilhões no período.

Juros
O setor público consolidado teve gasto de R$ 50,197 bilhões com juros em agosto, após esta despesa ter atingido R$ 27,500 bilhões em julho, informou o Banco Central.

O Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 45 376 bilhões. Os governos regionais registraram gasto de R$ 4,184 bilhões e as empresas estatais, de R$ 637 milhões.

No ano até agosto, o gasto com juros somou US$ 258,808 bilhões, o que representa 5,49% do PIB. Em 12 meses até agosto, as despesas com juros atingiram R$ 349 203 bilhões (4,96% do PIB).

Rocha destacou que alta dos gastos com juros em agosto ante julho deve-se a resultado de swaps no mês passado. “Já no acumulado do ano, a conta de juros de R$ 21,950 bilhões tem o melhor resultado desde 2016”, acrescentou.

Rocha relatou que as perdas do BC com swaps cambiais em agosto chegaram a R$ 24,5 bilhões, levando ao aumento de R$ 22,7 bilhões na conta de juros nominais do setor público em relação a julho.

Rocha negou que o BC esteja buscando reduzir o estoque de swaps para diminuir o impacto dessas operações na conta de juros. “O Banco Central utiliza os instrumentos de política cambial para fazer frente a necessidades específicas”, respondeu.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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