Cidades

Segundo o Inpe, focos de incêndio no Pantanal cresceram 462%

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 8.479 focos de incêndio no Pantanal de janeiro até anteontem. É um salto de 462% em relação ao mesmo período de 2018, quando foram registradas 1.507 queimadas , número mais baixo desde 2014. Desde o último domingo, o bioma voltou a sofrer mais intensamente com o fogo.

Segundo Felipe Dias, diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, a situação mais grave é no Pantanal do Sul, onde o clima está mais seco.

“No final de setembro houve uma redução do incêndio, mas de uma semana para cá aumentou significativamente. Só em uma fazenda que eu conheço foram 40 mil hectares”, ressalta.

Os pontos mais críticos estão nos municípios de Aquidauana, Miranda e Corumbá, no vizinho estado de Mato Grosso do Sul, este último o recordista em focos de incêndio no país neste ano, segundo o Inpe, com 5 mil.

Nessas três localidades, foi reforçado o efetivo de brigadistas e das equipes do Prevfogo (Ibama). Aeronaves também têm sido utilizadas para o combate às chamas. Além disso, será solicitado apoio ao governo do Distrito Federal.

O incêndio generalizado atual é considerado atípico para esta época do ano, que costuma ter maior volume de chuvas . O clima seco, com temperaturas altas e ventos fortes, cria um ambiente propício para as chamas e facilita a sua propagação. Em Mato Grosso, a temperatura atingiu 31°C na última sexta-feira à noite.

“Acho que esses extremos vão começar a ser recorrentes de agora em diante. Ano passado choveu muito, produziu muita biomassa. Este ano, que foi mais seco, essa biomassa toda propiciou as queimadas. Estamos preocupados e avaliando o que pode ser feito para a prevenção”, disse Dias.

Destino turístico famoso que fica na divisa dos dois estados (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense está aberto a visitação.

A amplitude da área atingida pelas chamas dificulta o trabalho dos brigadistas e do Prevfogo, do Ibama. Segundo Felipe, são muitas ocorrências e, por conta disso, as equipes não dão conta dos chamados. Os proprietários tentam, ao lado de seus funcionários, controlar os incêndios do jeito que podem.

“Um incêndio anterior pode provocar um incêndio atual. Em alguns casos, o fogo aparenta estar apagado, mas com a fumaça quente que começa a sair do solo um novo incêndio pode começar. Tem que monitorar. Você vai dormir achando que controlou o fogo e no dia seguinte começa tudo de novo, é assustador”, comenta Felipe.

Segundo o diretor executivo do Instituto SOS Pantanal, normalmente esses incêndios são de origem humana. No entanto, eles não são considerados intencionais, mas sim um descuido.

“Acho pouco provável nesse momento que tenha sido, por exemplo, uma queimada que saiu de controle. as pessoas sabem dos riscos de fazer uma queimada nessa época, mas não podemos afirmar”, disse.
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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