O deputado estadual Sebastião Rezende (PSC) classificou as acusações do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) em delação premiada como “absurdas e repugnantes”. O parlamentar foi citado em uma lista contendo vários políticos de Mato Grosso envolvidos na formação de um quadrilha que agia na antiga gestão do governo estadual.
“Eu não posso aceitar isso e tenho deixado claro. A palavra de alguém nessas condições, réu, não pode valer mais que do que uma pessoa que tenha mais de 30 anos de vida irrepreensível como eu tenho tido.”, rebateu nesta quarta-feira (06) em rede social.
Para Rezende a lista criada por Silval é extremamente falsa e pretensiosa, em razão do mesmo se declarar réu confesso pelos crimes praticados e nem sequer pagar pelo que fez.
“Não aceito esse tipo de anotações ‘coloca lá o seu nome anota e põe ok’ com data, cria o que quer e isso acaba virando verdade. Não pode acontecer, é algo absurdo e repugnante. Pelas informações chegam a valores vultosos, faz um acordo pra pagar e ainda fica livre”, repreende.
Na mesma fala o deputado ainda critica as “notinhas” soltas na imprensa no dia em que seu nome foi citado.
“Pedimos a aquelas pessoas que replicaram notinhas caluniosas e difamatórias, que repliquem também a minha explicação, a minha versão”, referindo-se a mídia.
Questionado, Rezende afirmou que “não sabe” o motivo pelo qual está sendo apontado na investigação e que sempre prezou pela conduta ética e moral da vida pública.
“Eu sinceramente não sei, até porque ao longo da minha vida tenho tido uma conduta nesses mandatos de deputado sempre republicana. Todo relacionamento que tive com deputados, secretários de estado ou governo tem sido de interesse da sociedade”, afirma.
Silval firmou termo de colaboração premiada com o Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 09 de agosto e teve o processo homologado pelo Luiz Fux, da esfera federativa.
Sebastião que também é pastor da igreja evangélica solicita ainda medidas e provas concretas que possam o incriminá-lo. “Qualquer pessoa que tiver algo que desabone aminha conduta, que tenha prova concreta, que apresente. Agora o que não pode é me caluniar”, provocou.
Citados
Vinte e quatro deputados estaduais teriam recebido propina do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), entre 2012 e 2013, de esquemas em obras do MT Integrado, Copa do Mundo e empresas beneficiadas com incentivos fiscais. A lista consta da delação premiada assinada por Silval Barbosa para a Procuradoria Geral da República (PGR) e se refere a titulares do cargo e a suplentes.
O esquema de pagamentos teria iniciado em 2012 a partir de uma reunião os deputados Romoaldo Junior (PMDB), então líder do governo, José Geraldo Riva (à época presidente da Assembleia Legislativa), Mauro Savi (PSD) (o primeiro-secretário), Gilmar Fabris (PSD), Baiano Filho (PSDB), Wagner Ramos (PSD) e Dilmar Dal Bosco (DEM).
Eles teriam exigido o pagamento de R$ 1 milhão para cada deputado, condicionando a aprovação das contas anuais de Silval Barbosa ao pagamento do esquema. Esse tipo de reunião aparece em mais de um caso citado pelo ex-governador, sempre com a participação de membros da Mesa Diretora da Assembleia no período.
Silval teria feito uma contraproposta de R$ 400 mil, e a negociação foi fechada em R$ 600 mil, que seriam pagos em 12 parcelas. O valor equivalia entre 3 e 4% do total de contratos assinados por empresas envolvidas no MT Integrado, nas obras da Copa e seria utilizado, segundo Silval, para quitar dívidas de campanha.
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