Cidades

Saúde registra 739 casos suspeitos de microcefalia

O ministro Marcelo Castro (ao microfone) durante entrevista nesta terça-feira em Brasília (Foto: Raquel Morais/G1)

O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (24) que já foram notificados 739 casos suspeitos de microcefalia em 160 cidades de nove estados do país. A principal hipótese para o surto continua sendo o contágio por zika vírus – identificado no Brasil pela primeira vez em abril. A microcefalia faz com que o bebê nasça com o crânio menor do que o normal.

O maior número de ocorrências ocorreu em Pernambuco – 487. No início da entrevista, o ministério havia divulgado que havia 520 casos suspeitos no país, mas os dados de Pernambuco foram atualizados ao final do anúncio.

Depois de Pernambuco, os estados com mais registros são Paraíba (96), Sergipe (54), Rio Grande do Norte (47), Piauí (27), Alagoas (10), Ceará (9), Bahia (8) e Goiás (1). Há uma morte sendo investigada no Rio Grande do Norte. Até o dia 16 de novembro, quando foi divulgado o último boletim, havia 399 casos, em sete estados.

O aumento dos casos de microcefalia e a hipótese de uma relação com o vírus foram comunicados "verbalmente" à diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/ONU), Carissa Etienne, na semana passada. O zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a dengue e o chikungunya.

"Todos os cientistas que tivemos contato até agora atribuem o surto de microcefalia, por enquanto circunscrito ao Nordeste, principalmente no estado de Pernambuco, ao zika vírus", declarou. "Estamos com o problema potencializado. Além da dengue, que mata, além da chikungunya, que aleija temporariamente, temos o zika vírus, que aparentemente causa a microcefalia. [É] um problema de dimensões muito grandes que temos que enfrentar", disse o ministro Marcelo Castro.

Contra o mosquito
Até o momento, não há nenhum tipo de tratamento disponível para a fase aguda da infecção por zika vírus, que dura cerca de três dias. O Ministério da Saúde orienta que grávidas ou mulheres que pretendem engravidar tenham “cuidado redobrado” para evitar infecções virais.

Os principais sintomas são febre baixa e manchas pelo corpo (exantema). Caso a relação do vírus com a anomalia na gravidez seja confirmada, o ministério afirma que vai “trabalhar ainda mais na prevenção e no combate ao mosquito transmissor”.

O ministro Marcelo Castro diz considerar diversas possibilidades para o combate à doença, que variam entre pôr telas com inseticidas em casas a inserir mosquitos transgênicos no meio ambiente.

Dengue
Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti apontou que 199 cidades do Brasil têm risco para a dengue. Apenas 1 das 18 capitais analisadas pelo Ministério da Saúde se incluem no grupo: Rio Branco. Outras sete estão em alerta (Aracaju, Recife, São Luís, Rio de Janeiro, Cuiabá, Belém e Porto Velho).

Dez capitais tiveram indíce satisfatório (Boa Vista, Palmas, Fortaleza, João Pessoa, Teresina, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Campo Grande e Curitiba) e nove não encaminharam informações a respeito (Macapá, Manaus, Maceió, Natal, Salvador, Vitória, Goiânia, Florianópolis e Porto Alegre).
De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados 1,5 milhão de casos da doença até o dia 14 de novembro. O aumento é de 176% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 555,4 mil ocorrências. O número de mortes cresceu 79% no período, passando de 453 para 811.

Goiás registrou proporcionalmente a maior incidência da doença, com 2.314 casos por 100 mil habitantes. Depois, vieram São Paulo – 1.615 casos por 100 mil habitantes – e Pernambuco – 901 casos por 100 mil habitantes.

No mesmo período, foram contabilizados 17.146 casos suspeitos de febre chikungunya (6.726 confirmados). Em 2014, foram notificadas 3.657 ocorrências suspeitas da doença.

A nova campanha contra o vetor dos vírus tem como slogan "Sábado da faxina. Não dê folga para o mosquito da dengue". O material diz ainda que "Se o mosquito da dengue pode matar, ele não pode nascer". As peças serão veiculadas na televisão, rádio, internet e redes sociais. "Em 15 minutos, é possível fazer uma vistoria nas casas e eliminar os locais que podem se transformar em criadouros do Aedes aegypti", afirma o ministério.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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