Como parte da Exposição em homenagem ao ator Liu Arruda, o Museu Histórico de Mato Grosso realiza nesta sexta-feira (24), um sarau especial. A apresentação, no “Café e Artes” – uma cafeteria que se encontra no interior do Museu – acontece justamente no dia em que completa 15 anos de sua morte.
A mostra em homenagem a Liu está aberta desde a última terça e segue até o dia 26 de outubro, das 9h às 19h, aos domingos das 9h às 12h. A entrada é gratuita.
Toda cuiabania expressa pelo saudoso ator é apresentada com seus figurinos marcantes como os da “Comadre Nhara”, compadre Juca, Gladstone e a e a loira espevitada Ramona, entre fotos, vídeos, áudios, que revelam o inesquecível artista que revolucionou o teatro mato-grossense.
Ele buscava inspirações do cotidiano. Com Ramona, a garota loira cuiabana que fazia de tudo para estar na moda, irmã do hilário hippie Gladstone, filhos de Compadre Juca e da dama da sociedade, Nhara, que era a típica cuiabana sem papas na língua, cujo seu alvo eram os políticos do Estado e suas respectivas esposas.
Para quem percorrer no Museu vai se atentar ao glossário cuiabanês, com as expressões mais usadas pelos “desbocados” personagens de Liu, que na língua afiada a expressão mais comum e lembrada era “Xo cú, mierda!”, para os “simininos” e “simininas” que o irreverente Liu improvisava em suas peças ou por onde passava. Muitos comuns, além de outros dialetos quase que esquecidos como “digoreste”.
Liu Arruda é responsável por perpetuar a história dos trejeitos do povo cuiabano, eternizando para sempre, o modo peculiar da fala, da cultura e da vida social. Era o “palhaço da família”, como contam familiares.
Numa realização de Carlos Jerônimo em parceria com o Museu Histórico de Mato Grosso serão expostos 24 figurinos de Elonil de Arruda, doados pela família dele para o Museu de Imagem e Som (Misc) que por sua vez os emprestou para esta homenagem.
Trajetória
Cuiabano, além de ator comediante, ele era jornalista e músico. Morou na rua 24 de outubro, em Cuiabá, e seu primeiro contato com o teatro foi por meio de sua vizinha, Teresinha Domingos, que era declamadora de poesias. No Colégio São Gonçalo envolveu-se com o teatro escolar.
Em 1979, Liu vai para o Rio de Janeiro estudar teatro. Neste mesmo ano participa da primeira montagem da peça “Rio Abaixo, Rio Acima”, de Glória Albuês. No final da década de 80 populariza seus principais personagens: Comadre Nhara e Juca.
Nos últimos anos era colunista do Diário de Cuiabá, onde escrevia aos domingos a coluna Nhara Komenta. A última publicação foi no último dia 10 de outubro.