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Saques da poupança superam depósitos; retirada líquida foi de R$ 7,4 bi em novembro

Caderneta de poupança segue sofrendo com fuga de recursos. De acordo com o Banco Central, os saques superaram os depósitos em R$ 7,42 bilhões em novembro último. Para se ter uma ideia, a aplicação financeira mais tradicional dos brasileiros registrou captação líquida (mais depósitos que saques) apenas em abril.

O “derretimento” da caderneta se deve ao crescimento de outros modelos conservadores de investimento, como o Tesouro Nacional. Ao todo, são mais de 22 milhões de investidores ativos na plataforma – índice 43% maior em relação ao mesmo período de 2021.

O resultado desse fenômeno se reflete nas vendas de títulos pelo órgão vinculado ao Ministério da Economia, que voltaram a crescer e atingiram R$ 3,6 bilhões no último mês. De acordo com relatório divulgado nesta semana, os resgates realizados no mês passado foram de R$ 2,79 bilhões, resultando em emissão líquida de R$ 805 milhões.

Especialistas entendem que a mudança na forma do brasileiro investir se deu de forma tardia. Isso porque, até recentemente, a poupança rendia 70% da Taxa Selic. Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano, o que fez a aplicação financeira deixar de perder para a inflação pela primeira vez em dois anos.

Dificuldades financeiras dificultam investimentos

Outro fator que contribuem para a queda da poupança é o cenário de dificuldades financeiras enfrentado pela maioria da população. Isso porque o brasileiro deve priorizar o essencial no fim de 2022, especialmente com o pagamento do 13º salário. Estudo da empresa Plano CDE mostra que o número de pessoas que fizeram financiamento para comprar comida e pagar contas nos últimos meses varia de 45 a 50% entre as classes mais humildes.

Sem ter o básico assegurado, investir se torna quase impossível e a conjuntura faz com que 9 a cada 10 famílias tivessem que alterar seus hábitos de consumo para manter as economias em dia. Conforme a comerciante Alessandra Campos, o jeito para tentar fechar o mês no azul é economizar no supermercado e também dentro do lar.

“É uma situação desconfortável, mas que, por outro lado, nos obriga a otimizar e ter consciência maior sobre gastos cotidianos”.

Redação

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