O 11º levantamento da Safra Brasileira de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a safra de grãos 2015/16 do Brasil deve chegar a 188,1 milhões de toneladas. Isso representará uma redução de 9,5% ou 19,7 milhões de toneladas em relação à anterior, que foi de 207,7 milhões. Se comparado ao levantamento no mês passado, houve um decréscimo de 0,6%.
Em termos nacionais, caso se confirme a produtividade média de 1.410 kg/ha de algodão em pluma, a produção deverá atingir 1.348,3 mil toneladas (13.7% inferior à da safra 2014/15). Em Mato Grosso, a produção é estimada em 908,6 mil toneladas de pluma – 1,4% inferior à da safra 2014/15 –, considerando-se uma produtividade média de 1.512 kg/ha. A redução na produtividade é atribuída ao estresse hídrico enfrentado durante a safra.
"Apesar da queda de rendimento, a qualidade da fibra é avaliada como boa", avalia a Conab no relatório que está disponível no site da Ampa. A redução no rendimento foi compensada pelo aumento da área plantada, aponta o relatório.
Em relação ao algodão, conforme informações da assessoria de comunicação da Ampa, o 11º Levantamento estima queda de 2% na área plantada no Brasil na safra 2015/2016 (projetada para 956,2 mil ha), em comparação com a safra anterior. Porém, o último levantamento da Conab confirma um ligeiro aumento (6,8%) na área cultivada em Mato Grosso (maior produtor de pluma do País), estimada em 600,8 ha.
Soja, trigo e milho
O trigo, a principal cultura de inverno, manteve o crescimento de produção, subindo 12,1% e chegando a 6,2 milhões de toneladas, mesmo com uma área reduzida de 13,9%. A soja, porém, reduziu 0,8%, passando de 96,2 para 95,4 milhões de toneladas. O milho total também apresentou redução de 19,1%, chegando a 68,5 milhões de toneladas. Outras culturas também mantiveram queda produtiva devido às adversidades climáticas, como estiagens prolongadas e altas temperaturas.
Por outro lado, a área plantada teve aumento em relação à última safra. Está estimada em 58,2 milhões de hectares, com um aumento de 0,6%. A soja, que responde por 57% da área cultivada do País, é a responsável pelo aumento dessa medida. O crescimento deve ser de 3,6%, passando de 32,1 milhões de ha para 33,2 milhões na safra atual.
Aumento de área teve também o milho da segunda safra com 10,2% (975,9 mil ha), chegando a 10,53 milhões de hectares. Já o milho primeira safra teve perda de área de 12,2%, atingindo 5,39 milhões de hectares. Ocorreu também com o feijão primeira safra a redução de 7,5%, registrando 974,6 mil hectares, perda de 3% na segunda safra, totalizando 1,28 milhão de hectares, e de 16,8% na terceira safra, chegando a 577,5 mil hectares.
Área da soja se manterá em 9,2 milhões de hectares
A área plantada com soja em Mato Grosso deve manter-se em torno de 9,2 milhões de hectares na safra 2016/2017, o que, para o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, é sinônimo de estabilidade em relação à anterior.
Diante dessa perspectiva, Latorrada prevê que a produção da soja no Estado deva aumentar para 29,4 milhões de toneladas, apoiada principalmente em uma expectativa de recuperação da produtividade nas lavouras e “um clima melhor este ano”. O rendimento no campo deve passar de 49,8 para 53 sacas por hectare em média.
O superintendente do Imea afirmou que os insumos para a próxima safra já estão comprados, apesar do aperto no crédito. Daniel Latorraca avaliou que operações de troca de produto por insumos, como o barter, voltaram a ganhar força, embora tenha ponderado que o Instituto ainda está avaliando o perfil do funding da safra mato-grossense.
Segundo o superintendente do Imea, 25% da produção de soja da safra nova já foram vendidas de forma antecipada. O plantio em Mato Grosso está liberado a partir de 15 de setembro, quando termina o período do vazio sanitário.
Oferta restrita
Em função dos problemas climáticos que afetaram a produtividade da soja na safra 2015/2016, a situação em Mato Grosso é de oferta restrita da oleaginosa. O superintendente do Imea disse que a situação afetou mais o mercado interno de soja no Estado.
Dados do próprio instituto apontam para um volume de 8,69 milhões de toneladas de soja processada pelas usinas mato-grossense na safra 2015/2016. O número representa uma queda de 5,6% em relação ao ciclo anterior, quando a estimativa era de 9,2 milhões de toneladas.
A remessa de soja de Mato Grosso para abastecer o mercado interno de outros estados deve ser 13,5% menor de uma safra para outra, passando de 4,8 milhões de toneladas para 4,15 milhões de toneladas.
Já as exportações do grão no estado devem aumentar 1,8%, passando de 14,51 milhões de toneladas para 14,77 milhões. As informações são do Globo Rural.