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Rodoviários paralisam 100% da frota de ônibus nas ruas de São Luís

 
Nas avenidas Carlos Cunha, Colares Moreira e Holandeses, o movimento nas paradas de ônibus é pequeno. Muitos mototaxistas aproveitam para faturar com a greve geral dos rodoviários. O motorista Romildo de Oliveira mora no bairro da Cohab e trabalha na região do Maracanã. Ele conta que esperou por mais de uma hora no ponto de ônibus e teve que ligar para um amigo e pedir carona. "Com essa greve dos rodoviários, a gente não pode fazer nada. Tive que ligar pra um amigo que passa por aqui. Não teve jeito", disse.
 
De acordo com o diretor do Sttrema, Davi Sousa, a paralisação geral é por tempo indeterminado. "A previsão é de 100% em todas as garagens. O trabalhador cansou. A gente não aguenta mais. A partir de hoje, a situação é essa que vocês tão vendo. Estamos com boa adesão. Todo mundo está contribuindo até porque todo mundo é prejudicado. O salário tá muito defasado. A classe patronal não chamou pra conversar e a categoria decidiu."
 
Segundo Gilson Coimbra, presidente do Sttrema, o último aumento salarial dado à categoria foi em maio de 2013. "Recebemos 10,58% de aumento. Porém, há cinco anos não é registrado aumento na passagem há, pelo menos, cinco anos. É uma defasagem muito grande.", afirmou.
 
Na noite de segunda-feira (26), em entrevista ao G1, Gilson Coimbra, presidente do Sttrema garantiu que todos os itens pedidos pela Justiça do Trabalho foram cumpridos e que a paralisação total segue por tempo indeterminado. "Até o momento nós cumprimos com todos os itens pedidos pela justiça do Trabalho. Com 70% da frota nas ruas, não podemos nem considerar que há paralisação [greve]. Os empresários nunca nos apresentaram uma contraproposta sequer e nós é que não podemos permanecer nessa situação. É por tempo indeterminado", afirmou, completando que a diretoria do Sindicato se reuniu na segunda-feira para traçar novas estratégias para o movimento.
 
'Era nada e vai continuar nada', diz SET
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET) Luís Cláudio Siqueira disse, na segunda-feira (26), que os empresários não vão ceder à pressão do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Sttrema)."Escutei essa informação (que o sindicato ameaçou parar 100% da rota na terça-feira). Ainda não tem nenhuma reunião agendada, mas, veja bem, se o sindicato chamar os empresários para uma reunião, não vai alterar, não vai mudar nada. 
 
Era nada e vai continuar nada. Esperamos um posicionamento da Prefeitura de São Luís para saber como podemos resolver essa situação", decretou Siqueira.O presidente do SET José Luiz de Oliveira Medeiros já havia dito, na semana passada, que os empresários não têm condições de oferecer rejuste nos salários exigidos pela categoria. Segundo ele, desde o fim de 2009, a cada mês os empresários acumulam um prejuízo superior a R$ 9 milhões.Lamentavelmente ir para uma negociação sem condições de oferecer nada é desgastante para as duas partes. Por isso é que não foi possível esse entendimento, declarou.
 
Multa de quase R$ 100 mil
O sindicato descumpriu a decisão do Tribunal Regional do Trabalho no Maranhão (TRT-MA) somente nos dois primeiros dias de greve. Na quinta-feira (22), segundo a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) de São Luís, circularam apenas 46% da frota e, na sexta-feira (23), 60%.
 
A determinação só passou a ser cumprida após a desembargadora Ilka Esdra Silva Araújo aplicar multa de R$ 96 mil à instituição. No sábado (24), o percentual de 70% foi cumprido assim como no domingo (25), quando 50% da frota foi colocada nas ruas.
 
G1

Redação

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