O deputado Arthur Maia (PPS-BA) vai apresentar nova proposta de reforma da Previdência. O texto será mais enxuto, mantendo apenas alguns pontos do projeto original, como idade mínima e igualdade entre servidores públicos e privados. O tempo mínimo de contribuição também pode sofrer mudanças.
De acordo com o deputado, relator da proposta que tramita no Congresso desde dezembro, a ideia é apresentar uma emenda ainda na primeira quinzena deste mês.
A decisão foi tomada em reunião, nesta quarta-feira (8), no Planalto, com a participação do presidente Michel Temer e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Para fechar um texto final, o relator deve se reunir até esta sexta-feira (10) com líderes da base aliada.
Na chegada de encontro com o presidente, ele defendeu que se mantenham as idades mínimas de 62 e 65 anos e criticou aqueles que defendem que as mudanças nas aposentadorias fiquem para depois das eleições.
"Não é razoável vivermos em um país em que um agricultor rural só pode se aposentar aos 60 anos, recebendo um salário mínimo, e um servidor público se aposenta com 50 e poucos, ganhando R$ 30 mil", afirmou.
Arthur Maia argumentou que o cenário político hoje é diferente do primeiro semestre, quando o texto foi aprovado pela comissão especial, e disse que a equipe econômica também está ciente disso.
Arthur Maia afirmou, ainda, que o calendário para aprovação está mais apertado e que "as coisas ficam mais difíceis" se a votação na Câmara não ocorrer até 15 de dezembro. Depois, o texto ainda precisa passar pela análise do Senado.
Depois da reunião no Planalto, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que, no momento, o governo está discutindo a viabilidade da proposta e a posição das diversas bancadas.
"É importante frisar que o governo mantém sua proposta para o relatório como está. Mas a palavra final é do Congresso, não é do Executivo."
MERCADOS
Nesta quarta, a Bolsa subiu 2,7% e o dólar caiu 0,39%, para R$ 3,26, depois de o governo reafirmar o compromisso com a reforma. Na véspera, houve deterioração dos indicadores, após Temer afirmar que a reforma poderia não ser aprovada em seu governo.
Na avaliação do ministro, a reação dos investidores se deu por uma "percepção equivocada de que o governo tinha jogado a toalha".
Em conversas reservadas, Temer reconhece que, no formato atual, não consegue aprovar a mudança nas aposentadorias.