O caminhoneiro Edivaldo Lopes de Sá conta que assim que veio o reajuste, o frete na transportadora em que ele trabalha também mudou. "Antes nós carregávamos o frete para o terminal de Alto Araguaia a R$ 62, hoje está custando R$ 66,50", diz.
"É um custo a mais que a transportadora tem em sua planilha. O óleo diesel representa em torno de 50%, do custo do frete, o que equivale dizer que de cada R$ 100 que uma transportadora recebe pelo frete, R$ 50 fica só para o pagamento do consumo do óleo diesel", explica Miguel Mendes, diretor executivo da ATC.
As transportadoras lembram ainda que em Mato Grosso, o combustível é mais caro porque a alíquota de ICMS, imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, é de 17%, enquanto que em outros estados produtores como São Paulo, Paraná e Goiás, é de 12%.
Se antes o produtor pagava R$ 200 de óleo diesel por hectare para a produção da lavoura de safra e safrinha, agora esse valor passa para R$ 208. E o preço do frete também aumentou.
Em uma fazenda de semente de soja, além dos R$ 8 a mais com combustível, está previsto mais R$ 42 para o transporte de insumos e produção.
"Nas contas preliminares fica acima de R$ 50 por hectare, com certeza, porque o preço do frete ainda não sabemos quanto vai onerar nas transportadoras, o quanto elas vão por", explica Jorge Soares, gerente comercial da fazenda.
A Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso estima que, no estado, o valor do frete tenha sofrido um aumento de 3%.
Fonte: Aprosoja | Globo Rural